Itaú e Santander confirmam participação no Desenrola Brasil
Febraban pontua que complexidade do programa exige soluções tecnológicas e digitais de grande porte.
O Itaú (ITUB3, ITUB4) e Santander (SANB3, SANB4) confirmaram que vão participar do leilão para se tornarem credores do Desenrola Brasil, programa do Governo Federal que possibilitará a renegociação de dívidas, com o objetivo de combater a inadimplência no país.
Para a Reuters, o Banco do Brasil (BBAS3) afirmou que aguarda a regulamentação do programa para formalizar sua habilitação e dar início à sua operacionalização. O Bradesco (BBDC3, BBDC4) afirmou que tem interesse em participar e também aguarda resolução.
O InvestNews ainda contatou Banco Pan (BPAN3, BPAN4), mas não teve retorno até o momento.
Posicionamento da Febraban
Após a assinatura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da Medida Provisória (MP) do projeto, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se posicionou, dizendo que “quando entrar em operação, os bancos darão sua contribuição para que o Desenrola [Brasil] reduza o número de consumidores negativados e ajude milhões de cidadãos a diminuírem suas dívidas”.
Por outro lado, a organização pontuou que o programa exige uma plataforma que transitará grande quantidade de informações e documentos, portanto “esta complexidade exige soluções tecnológicas e digitais de grande porte, que estão em fase final de desenvolvimento e não dependem apenas de iniciativas dos bancos, mas de outros atores que também estão diretamente envolvidos”.
Como vai funcionar o Desenrola Brasil?
De acordo com o Ministério da Fazenda, o Desenrola Brasil vai possibilitar a renegociação de dívidas, devendo beneficiar até 70 milhões de pessoas – com cerca de 40 milhões na faixa I e 30 milhões na faixa II.
A faixa I é para aqueles que recebem até dois salários-mínimos ou que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Para esse grupo, o programa vai oferecer recursos como garantia para a renegociação de dívidas bancárias e não bancárias cujos valores de negativação somados não ultrapassem o valor de R$ 5 mil.
A faixa II é destinada somente às pessoas com dívidas em banco, que poderá oferecer a seus clientes a possibilidade de renegociação de forma direta. Essas operações não terão a garantia do Fundo FGO. Nesse caso, o governo oferece às instituições financeiras, em troca de descontos nas dívidas, um incentivo regulatório para que aumentem a oferta de crédito.
O Desenrola Brasil será executado em três etapas: publicação da MP; adesão dos credores e realização do leilão; e adesão dos devedores e período de renegociação.