Inadimplência sobe, mas não gera risco sistêmico e financeiro ao país, afirma Campos Neto
Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 5,8% para 5,9%; nas empresas variou de 1,9% para 2,0%, de setembro para outubro
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (15) que o aumento da inadimplência é discutida “com seriedade” pela autoridade monetária. “Mas entendemos que esse movimento não gera risco sistêmico ou financeiro, nem que haja um aumento dos chamados superendividados”, respondeu.
A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos passou de 4,1% para 4,2% de setembro para outubro. Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 5,8% para 5,9% de um mês para o outro. No caso das empresas, variou de 1,9% para 2,0% no período.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que o repasse de taxa de juros para crédito tem ocorrido como esperado em decorrência do ciclo de alta da Selic até meados deste ano.
Campos Neto repetiu ainda que a substituição da TJLP pela TLP no governo de Michel Temer foi um ganho institucional. “Houve uma expansão do mercado de capitais, uma redução da taxa neutra. Foi uma mudança muito boa que gerou ganhos de eficiência na economia”, comentou.
Ele evitou comentar sobre o possível retorno da TJLP no próximo governo.
Expansão fiscal
O presidente do Banco Central disse também que a autoridade monetária não tem uma conta específica para quanto poderia ser a expansão fiscal do governo em 2023. “Não entendemos que conta de expansão fiscal deveria ser feita por porcentual do PIB”, afirmou, ao ser questionado sobre o argumento do governo de que um gasto adicional permitido pela PEC da transição no próximo ano apenas manteria as despesas estáveis em proporção ao Produto Interno Bruto.
“Vemos uma conta de analistas do mercado entre R$ 130 bilhões e R$ 140 bilhões, mas não fazemos essa conta, não faz parte do nosso arcabouço e usamos isso apenas como imput“, respondeu Campos Neto.