Ibovespa sobe com bancos e B3, de olho em temporada de balanços
Ações da empresa da bolsa e do Banco do Brasil são destaques de alta; índices americanos
Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira apagou as perdas do início do pregão desta quinta-feira, 12 e fechou em alta, apoiado nas ações do setor financeiro que reagiram positivamente à temporada de balanços do primeiro trimestre. O Ibovespa encerrou o dia na contramão do mercado americano, onde as bolsas fecharam em queda em um dia de forte volatilidade.
- Ibovespa: + 1,24%, 105.687 pontos
Por aqui, as principais contribuições positivas para o índice foram as ações da B3 (B3SA3) e do Banco do Brasil (BBAS3), que são dois dos papéis com maior peso na carteira teórica do Ibovespa. Os papéis da B3, que sozinhos representam 3,5% do índice, subiram mais de 5% na expectativa do balanço do primeiro trimestre da companhia, que será divulgado após o fechamento do mercado.
- B3 (B3SA3): + 5,40%
- Banco do Brasil (BBAS3): + 2,54%
Já as ações do BB reagiram aos resultados divulgados na última noite. O banco estatal registrou lucro de R$ 6,61 bilhões no período, uma alta de 57,6%. A companhia anunciou ainda que irá pagar R$ 1,9 bilhão em proventos relativos ao primeiro trimestre. Do valor que será distribuído, R$ 443 milhões serão dividendos e R$ 1,4 bilhão juros sobre o capital próprio.
Em variação, os principais ganhos do índice ficaram com ações que foram penalizadas nos últimos dias. A Qualicorp (QUAL3), que subiu mais de 10%, aproveitou o pregão de hoje para recuperar parte das perdas da véspera, quando desabou 12% e encostou em sua mínima histórica após decepção dos investidores com balanço do primeiro trimestre.
- Qualicorp (QUAL3): + 10,49%
- Cogna (COGN3): + 9,66%
- Méliuz (CASH3): + 8,49%
No campo negativo, os papéis da Minerva (BEEF3) lideraram as perdas do dia. Na véspera, a empresa de alimentos registrou lucro líquido de R$ 114,6 mihões nos três primeiros meses do ano, uma queda de 55,8% frente ao mesmo período do ano anterior.
A concorrente JBS (JBSS3), por outro lado, avança na bolsa após mais um balanço positivo. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 5,1 bilhões, mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior, de R$ 2,1 bilhões.
- Minerva (BEEF3): – 7,44%
- JBS (JBSS3): + 2,21%
Ainda no campo negativo, as ações ligadas ao minério de ferro tiveram um dia de perdas após a commodity voltar a cair na China. CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3) e Usiminas (USIM5) ficaram entre as principais baixas do pregão. A mineradora Vale (VALE3) também apresentou queda.
- CSN (CSNA3): – 5,53%
- CSN Mineração (CMIN3): + 3,23%
- Usiminas (USIM5): + 1,74%
- Vale (VALE3): + 1,00%
Volatilidade em Wall Street
No exterior, as bolsas americanas enfrentaram um dia de volatilidade. Depois de subir mais de 1% reagindo à divulgação de novos dados de inflação, os principais índices dos EUA viraram para queda. Na véspera, os índices recuaram após a divulgação do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês). Hoje, investidores reagem ao índice de preço ao produtor (PPI, na sigla em inglês).
O PPI caiu de 11,5% para 11% na comparação anual, ficando levemente acima do consenso de queda para 10,7%. Já o núcleo do PPI ficou abaixo da expectativa de 8,9%, em 8,8%. O núcleo de 12 meses do PPI de março, porém, foi revisado de 9,2% para 9,6%. Junto com o PPI também saíram os pedidos semanais de seguro desemprego, que ficaram em 203.000, próximo do consenso de 195.000 e ainda perto das mínimas históricas.
Os dados reforçaram a hipótese de que o pico da inflação americana tenha ficado em março. Com inflação mais baixa, os juros podem subir em ritmo mais fraco, o que favorece as opções mais arriscadas de investimento, como as bolsas – tanto que os principais índices americanos dispararam após a divulgação do PPI.
Ao longo da tarde, porém, os índices voltaram a entrar em terreno negativo e chegaram a cair perto de 2%. No fechamento, as perdas foram reduzidas.
- Dow Jones (EUA): – 0,33%
- S&P 500 (EUA): – 0,13%
- Nasdaq (EUA): + 0,06%
O dinheiro que sai das ações tende a ser alocado no Tesouro americano. O rendimento dos títulos do Tesouro, inversamente proporcionais à demanda, recuaram nesta quinta-feira.
Para comprar esses títulos, considerados os mais seguros do mundo em períodos de crise, investidores precisam antes comprar dólar – que voltou a ganhar força nesta sessão. No exterior, a moeda americana foi negociada no maior nível em 20 anos no exterior, acima dos 104,54 pontos.
No Brasil, porém, a moeda fechou o dia praticamente estável contra o real, após chegar a superar R$ 5,20 nos primeiros negócios do dia.
- Dólar: – 0,09%, R$ 5,139