Formação de Conselho, política de dividendos, resultado: por que as próximas semanas serão decisivas para a Petrobras (PETR4)

Possível nova política de dividendos e eleição do novo conselho de administração são eventos chaves para ações da estatal

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Muitos temas serão definidos nas próximas semanas na Petrobras (PETR3;PETR4) e que devem mexer com as ações da estatal.

Em relatório, o Bradesco BBI aponta que a nova política de dividendos da petroleira será decidida nas próximas semanas. Para o banco, se ela se preocupa com seu valor de mercado, a companhia deve estabelecer um fluxo robusto e previsível de dividendos, capaz de suportar mudanças na alocação de capital e flutuações de commodities. Nesse contexto, analistas destacaram que ainda os seguintes eventos a serem observados pelo mercado.

Na próxima quinta-feira (27), os acionistas da estatal elegerão a nova diretoria da Petrobras, com oito novos nomes sendo colocados, dos quais dois devem ser eleitos pelos acionistas minoritários e seis pelo governo. O governo já enviou 11 nomes para apreciação do Comitê de Pessoas e Governança da Petrobras (COPE), dos quais o comitê rejeitou quatro (Pietro Mendes, Sergio Rezende, Efrain Cruz e Renato Galuppo).

O COPE ainda está avaliando nomes, então existe o risco de a Petrobras não ter nomes aprovados suficientes para suas prováveis ​​seis posições. De fato, considerando os oito nomes preferenciais, ou chapas do governo, já não há nomes aprovados suficientes. O banco destaca que o “último governo colocou nomes que não foram aprovados pelo COPE e, portanto, este governo poderia fazer a mesma coisa se assim o decidisse”.

No entanto, “caso o governo tente colocar nomes não aprovados pelo COPE, os acionistas minoritários podem se unir para alegar que o acionista controlador está abusando de seu poder”, explica o BBI. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) poderia, nesse caso, intervir e pedir mais tempo para se pronunciar sobre o assunto. Neste caso, a assembleia geral ordinária (AGO) pode ser atrasada, embora este não seja o cenário base previsto pelo banco.

Caso a nova diretoria seja aprovada no dia 27 de abril, o conselho poderia ser empossado no dia seguinte (a decisão cabe a eles) e se reunir extraordinariamente para aprovar uma nova política de dividendos apresentada pela nova administração da estatal.

Outro evento importante é a divulgação de resultados do primeiro trimestre (1T23) em 11 de maio, que podem ser acompanhados pelo anúncio de dividendos, possivelmente sob uma nova política. Portanto, o balanço do “1T23 pode ser um dos resultados mais importantes da Petrobras nos últimos anos”, destaca o BBI.

Com relação ao resultado em si, o Morgan Stanley aponta que, entre as petroleiras, a Petrobras deve sofrer com a queda dos preços do petróleo, embora os fluxos de caixa sigam saudáveis. Os dividendos devem seguir como o grande foco do trimestre (o consenso mudou para expectativas mais positivas, provavelmente acima da projeção de dividend yield do Morgan de 32,5%).

Além disso, os dividendos do 4T22 também serão um assunto importante a ser tratado na AGO, destaca o BBI. O governo terá que decidir se aprova ou não o pagamento de US$ 0,90 por ADR (US$ 5,9 bilhões) referente aos resultados do 4T22. O BBI e o consenso de mercado acreditam que o governo aprovará a distribuição de proventos. Caso não sejam aprovados, a ação deve reagir negativamente.

O time de análise do BBI ainda acredita que qualquer política anunciada com um payout (dividendo em relação ao lucro) de até 50% do resultado final não faria a ação reagir muito. Segundo relatório, um payout de 50% se traduziria em um pagamento de US$ 12 bilhões (com a previsão de lucro de US$ 24 bilhões para este ano e um Brent de US$ 90/bbl), traduzindo-se em um rendimento de 16%, muito próximo aos 14% de rendimento da Vale (VALE3). Portanto, analistas esperariam alguma reação positiva das ações. “Qualquer coisa maior do que isso pode resultar em uma valorização bastante forte”, comentam.

Em termos de números para o 1T23, o BBI prevê o FCO (fluxo de caixa operacional) – Capex (investimentos em capital) da Petrobras (com US$ 2 bilhões provenientes da venda de Albacora Leste) em US$ 8 bilhões.

Se a empresa quiser encerrar o trimestre com níveis de caixa semelhantes ao 4T22, a estatal poderá pagar até US$ 7 bilhões em dividendos (melhor cenário). O resultado final estará mais próximo de US$ 6 e US$ 6,5 bilhões, portanto, o cenário base é algo está entre US$ 3 e US$ 4 bilhões, avalia o BBI.

O Bradesco BBI mantém recomendação neutra para os ativos e preço-alvo de R$ 26 para os papéis PETR4.

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