Eletrobras (ELET6), Fleury (FLRY3), Méliuz (CASH3): as maiores altas e baixas do Ibovespa em junho

Índice desaba 11% e tem pior mês na bolsa desde o início da pandemia; apenas quatro ações encerram junho com saldo positivo

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Junho terminou com forte perda para o Ibovespa. O principal índice da bolsa brasileira recuou 11,5% no mês, atingindo seu pior resultado mensal desde março de 2020, início da pandemia.

A derrocada veio na esteira do desempenho do mercado externo. Por lá, o principal índice americano, o S&P 500, teve o pior desempenho para um primeiro semestre desde 1970. Investidores temem que a economia entre em recessão, pressionada pela batalha dos bancos centrais para conter a inflação.

O cenário negativo afetou as ações de maneira generalizada, e apenas quatro dos 91 papéis que compõe o Ibovespa conseguiram encerrar o mês no positivo: Eletrobras (ELET6/ELET3)Fleury (FLRY3) e Weg (WEGE3).

Eletrobras foi beneficiada por sua recente privatização, concretizada na segunda semana de junho. Altamente esperada pelo mercado, a expectativa é que a operação destrave valor para a ex-estatal, impulsionando as ações. O papel preferencial da companhia já subiu 12% desde a privatização e, segundo o banco suíço UBS, a ação ainda pode avançar mais 53%.

Já o Fleury deve seus ganhos de junho a um único pregão – o de hoje – quando a ação disparou 16,10% e liderou as altas do Ibovespa. O papel reagiu à notícia de fusão com a Hermes Pardini (PARD3). A operação ainda precisa passar por aprovação de acionistas e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste.

“Os negócios se complementam muito bem. Preliminarmente já vemos um ganho de Ebitda de 15% a 20% na nova empresa com a união das operações e redução de custos operacionais. É uma sinergia muito positiva para o setor e para as duas empresas”, avalia Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Research.

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Na outra ponta do índice, a alta de juros prejudicou, principalmente, os papéis de tecnologia e de consumo, que são os mais afetados em um cenário de juros mais altos. O movimento se refletiu no Brasil, e Méliuz (CASH3) foi o principal destaque negativo no mês, seguida de perto por Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3).

“Consumo é um setor que, historicamente, possui margens pequenas, em função da acirrada concorrência por preços. Ademais, há uma dependência relevante por crédito em função do público servido. Contudo, com o atual cenário de inflação e juros elevados, o consumo de bens não essenciais torna-se mais difícil, o que acaba comprometendo o desempenho das companhias”, disse Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.

Outros papéis que sofreram em junho foram os das aéreas Azul (AZUL4) Gol (GOLL4), além da operadora de turismo CVC (CVCB3). Para Régis Chinchila, analista da corretora Terra Investimentos, o setor foi impactado pela recessão e pela volatilidade no preço do petróleo.

“Mesmo com a baixa do petróleo no mês, os preços continuam em patamares altos, em torno de US$ 114 por barril. Além disso, os estoques da commodity estão mais baixos e a desaceleração global tende a diminuir a demanda”, afirma Chinchila.

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