Dólar encosta em R$ 5,70 e alcança a maior cotação desde abril com incerteza global; Bolsa cai

Mercados em todo mundo aguardam decisões dos juros nas principais economias do mundo

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Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo negativo nesta terça-feira, 14, com investidores em todo o mundo à espera da decisão dos juros nas principais economias internacionais nos próximos dias. O dólar engatou a quarta alta seguida e encerrou com valorização de 0,34%, a R$ 5,694 — a maior cotação desde 13 de abril, quando foi a R$ 5,717. A moeda chegou a bater a máxima de R$ 5,698, enquanto a mínima não passou de R$ 5,619. A sessão da véspera fechou com alta de 1,07%, a R$ 5,674. Seguindo o clima negativo dos mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com queda de 0,58%, aos 106.759 pontos. O pregão desta segunda-feira, 13, fechou com recuo de 0,35%, aos 107.383 pontos.

Os mercados aguardam pelas divulgações das taxas de juros dos principais bancos centrais nesta semana em meio ao aumento generalizado dos índices inflacionários. O Federal Reserve (Fed), a autoridade monetária dos Estados Unidos, deve anunciar nesta quarta-feira, 15, cortes na compra de títulos públicos, conforme já indicado pela entidade nas últimas semanas. A pressão para mudanças na política de estímulos ficou ainda mais forte após a alta de 0,8% da inflação em novembro na comparação com outubro, chegando ao acumulado de 6,8% em 12 meses, o maior índice registrado desde 1982. As mudanças nos EUA tendem a atrair mais investimentos ao país pelo ganho de rentabilidade, drenando parte dos recursos de outros mercados. Na quinta-feira, 16, os bancos centrais da Inglaterra e da Europa devem tomar direção semelhante para conter as pressões inflacionárias que se mantêm mais fortes e disseminadas após o processo de recuperação da crise sanitária.

No cenário doméstico, a agência de classificação de risco Fitch Ratings manteve a nota de crédito soberano do Brasil em moeda estrangeira em “BB-“, com perspectiva negativa. A decisão indica os riscos negativos para as atividades econômicas, além da saúde das finanças públicas e a trajetória da dívida do governo. O Banco Central (BC) também divulgou nesta manhã que o agravamento do risco fiscal, ou seja, a confiança de o governo manter as contas sob controle, deve pressionar a inflação para acima da meta em 2022 e 2023, além de implicar em uma escalada dos juros maior do que a prevista. As informações fazem parte da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada — a última de 2021 —, que encerrou com a alta de 1,5 ponto percentual na Selic, passando a taxa de 7,75% para 9,25%.

A autoridade monetária reforçou a contratação de nova alta de 1,5 ponto percentual no primeiro encontro de 2022, realizado entre 1º e 2 de fevereiro, elevando os juros para 10,75%. Caso se confirme, será a terceira dose seguida desta magnitude empregada pelo Copom. “Concluiu-se que o ritmo de ajuste de 1,50 ponto percentual, neste momento, é adequado para atingir, ao longo do ciclo de aperto monetário, um patamar suficientemente contracionista para não somente garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, mas também consolidar a ancoragem das expectativas de prazos mais longos”.

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Fonte jovempan
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