Decisão do Copom, arcabouço fiscal no Senado e fala de Powell: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

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Ainda não deve ser dessa vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzirá os juros básicos da economia brasileira. O mercado é unânime em apostar que a Selic será mantida em 13,75%, patamar no qual está desde setembro do ano passado, na reunião que se inicia na próxima terça-feira (20) e termina na quarta (21). Todas as 47 previsões coletadas pela Refinitiv apontam para a manutenção da taxa.

“O Copom deve manter a taxa estável na reunião de junho e ajustar sua comunicação, mas ainda não deve sinalizar que um corte nos juros está próximo”, diz Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú. “Em nossa visão, o alívio monetário vai ocorrer gradualmente”. O banco prevê cortes somente a partir da reunião de setembro.

“A decisão de juros do Copom concentrará as atenções, uma vez que o BC pode começar a dar sinais na direção de início do ciclo de cortes – esperamos manutenção da Selic em 13,75%, com o primeiro corte entre agosto e setembro”, escreveu a equipe de análise do Bradesco.

“O início de um ciclo de alívio ainda depende de reduções de expectativas para a inflação”, observa o UBS BB. A casa aponta que os recentes boletins semanais do BC, com expectativas de analistas, tem mostrado revisões significantes para baixo em 2023, mas pequenas mudanças em relação a 2024, que é o horizonte relevante para a política monetária.

Para os analistas, revisões adicionais para 2024 vão ocorrer se a inflação continuar surpreendendo para baixo nos próximos meses. O cenário base do UBS BB prevê que os juros comecem a cair a partir do setembro, com um corte de 50 pontos-base. Mas a casa também acha provável que o alívio comece em agosto, em um cenário de revisões mais rápidas de expectativas para a inflação.

Na seara política, expectativas para a votação do texto do arcabouço fiscal no Senado. O projeto está sob revisão do Comitê de Assuntos Econômicos (CAE), que discute possíveis alterações. O presidente da casa, Rodrigo Pacheco, informou que se o CAE aprovar o projeto na terça-feira, o tema poderá ser votado em plenário no mesmo dia. Definido o arcabouço, o Congresso tende a avançar com o texto final da reforma tributária, com promessas de aprovação no mês de julho.

Semana vai ser mais curta nos Estados Unidos

As Bolsas americanas vão estar fechadas nesta segunda-feira (19) por conta do Juneteenth, data que simboliza o fim da escravidão nos Estados Unidos e desde 2021 é feriado nacional. Após o Federal Reserve pausar o ciclo de aperto monetário na reunião da semana passada, as atenções se voltam a discursos de dirigentes do BC americano, previstos para os próximos dias.

“Dentre os seis dirigentes do Fed com falas agendadas na próxima semana, três são votantes. Destaque à falas do presidente do Fed, Jerome Powell, que deve comparecer perante o congresso em duas ocasiões, na quarta [28] e na quinta-feira [29]”, observaram os analistas do Bradesco.

Depois do discurso hawkish de Powell na última quarta-feira, logo após a decisão do Fed de manter os juros inalterados, investidores buscam pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária. Pelas projeções do BC americano, ainda haveria espaço para mais duas altas ainda este ano ano.

A agenda de indicadores dos Estados Unidos traz ainda uma série de dados do setor imobiliário e índices de gerente de compras (PMI’s) do setor industrial e de serviços, que podem trazer novos sinais de desaceleração da economia americana.

Na Europa, mais uma decisão sobre juros

Na semana passada, o Banco Central Europeu elevou os juros em mais 25 pontos-base, indicando que o ciclo de aperto monetário ainda não acabou. Na próxima quinta-feira, é a vez do Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) tomar sua decisão e a expectativa também é de uma nova elevação, na mesma magnitude, o que elevaria a taxa dos atuais 4,50% para 4,75%.

Porém, dados divulgados antes da reunião podem influenciar a decisão do BoE. O BC inglês vem dizendo que a inflação ainda não alcançou seu pico. Os índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) poderão ou não reforçar essa tese – ambos serão conhecidos na quarta-feira.

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Fonte infomoney
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