CSN (CSNA3) tem queda de 5% no lucro do 3º trimestre; Ebitda sobe 23%
Em comparação com o 2º trimestre, porém, a perda foi maior e atingiu uma queda de 76%, por piora na mineração
SÃO PAULO – A CSN (CSNA3) registrou um lucro líquido de R$ 1,325 bilhão no 3º trimestre deste ano, uma retração de 5% na comparação com o mesmo período de 2020.
Em comparação com o 2º trimestre, porém, a perda foi maior e atingiu uma queda de 76%, quando somou R$ 5,513 bilhões. Nessa comparação, a CSN diz que a piora operacional veio, especialmente, do segmento de mineração.
Além disso, a empresa ressaltou que “houve impacto das despesas financeiras e da maior provisão para imposto de renda no período, resultado de diferenças temporárias”.
Por sua vez, no acumulado do ano, o lucro soma R$ 12,5 bilhões frente a ganhos de R$ 396 milhões de igual intervalo do ano passado.
Ebitda da CSN
Conforme a empresa, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 4,296 bilhões, alta de 23% na comparação anual, mas uma queda de 47% ante 2º trimestre.
A CSN apontou que a margem Ebitda ajustada foi 41% – uma alta de 1,6 ponto porcentual na comparação anual, mas queda de 12,5 pontos porcentuais na comparação frente ao 2º trimestre.
Essa queda, conforme a empresa, ante o 2º trimestre, é consequência direta do resultado obtido no segmento de mineração.
“Além de ter observado um menor volume de vendas em razão da estratégia comercial realizada no período (resultando em aumento de cargas não vendidas), ainda teve um impacto importante do preço realizado (queda do índice Platts e efeito não recorrente do período cotacional) e do aumento do custo de frete”, escreveu a empresa.
Contudo, a CSN afirma ser importante pontuar “o efeito não recorrente das reversões de provisão de receita, além das cargas não vendidas que devem impactar positivamente o resultado do 4T21.”
Adicionalmente, acrescentou a empresa, as dinâmicas de preço e de frete já se mostram mais positivas quando se analisa os preços futuros, o que sinaliza uma melhor perspectiva para os próximos resultados.
Receitas da CSN
Em termos de receita, houve um aumento de 18% na comparação anual, mas retração de 33% ante o 2º trimestre, para R$ 10,246 bilhões.
“Esse resultado é consequência da queda de preço e volume na mineração, com impacto não recorrente da reversão de provisão da receita de períodos anteriores, além do menor volume de aço comercializado no período”, destacou a empresa.
No acumulado do ano, a receita líquida totalizou R$ 37,5 bilhões e foi 85% superior à verificada no mesmo período de 2020.
Aço
As vendas de aço caíram 23% no ano a ano, para abaixo de 1 milhão de toneladas: 982 mil. O mercado externo viu a queda de 15%, em relação ao terceiro trimestre do ano passado, enquanto o interno, de menos 26%. As quedas em relação ao 2º trimestre de 2021 foram parecidas: 21% e 24%, respectivamente.
As vendas de minério de ferro também viram retração, 11% no ano a ano, para 8,183 milhões de toneladas. Na comparação com o trimestre anterior, a queda foi de 10%.
“A forte redução do preço do minério com significativa reversão de provisão de receitas de períodos anteriores, além de maiores custos com frete, reduziram significativamente o resultado da mineração” no período, explicou a empresa.
“Estratégia de priorizar margens resultou em queda no volume de vendas e gerou maior volume de cargas a caminho da China sem venda concluída, o que deve impactar positivamente os números do 4TRI21”, sublinhou.
Custos
O custo dos produtos vendidos totalizou R$ 5,942 bilhões no 3º trimestre, cifra 16% menor em comparação com o 2º trimestre, em razão, principalmente, “da diminuição do volume de vendas nos segmentos de mineração e siderurgia”.
Segundo a empresa, essa situação está em linha com a estratégia comercial de priorizar margens em detrimento de volume e acabou por compensar a evolução do custo de algumas matérias primas necessárias para o processo produtivo.
Dívida
Por fim, a CSN reportou uma dívida líquida ajustada de R$ 14,775 bilhões, mas com disponibilidades de caixa de R$ 16,649 bilhões.
Assim, a relação entre a dívida Líquida e Ebitda foi de 0,64 vez, ante 3,67 vezes de um ano antes e 0,60 vez do final do segundo trimestre deste ano.