Conheça os próximos aviões comerciais e militares da Embraer

Aeronaves regionais de última geração, motorização híbrida, drones: veja os novos produtos que a Embraer está projetando

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Nos últimos 20 anos, a Embraer foi a fabricante aeronáutica que mais lançou produtos. Entre jatos comerciais, executivos, aeronaves de uso militar e modelos com atualizações, a empresa introduziu no mercado mais de 20 novos aviões em duas décadas. Nem as gigantes Airbus e Boeing apresentaram tantas novidades nesse mesmo período.

Embora não tão frenética como antes, por conta da pandemia de covid-19 e da crise econômica atual, a corrida de lançamentos da Embraer continua. Até o fim dos anos 2020, a empresa brasileira deve apresentar importantes novidades para as categorias de aviação comercial e militar, incluindo aeronaves com tecnologias de ponta e soluções visando voos mais ecológicos.

Conheça a seguir os novos aviões comerciais e militares que a Embraer está projetando.

TPNG

Conceito que relembra as origens da Embraer na aviação comercial, o TPNG (do inglês TurboProp New Generation/Nova Geração de Turboélice) é um projeto de aeronave regional impulsionado por dois motores turboélices e capacidade para transportar de 70 a 100 passageiros.

Por mais que não tenha sido oficialmente lançado, o que deve ocorrer no início de 2023, o TPNG já teve alguns dados divulgados pela Embraer. Um deles é de que o avião deve compartilhar seções de fuselagem com o E-Jets, hoje o principal produto da divisão comercial da fabricante, e os motores instalados na cauda – quando o mais é comum é em naceles nas asas.

A estreia da aeronave nos aeroportos é prevista para meados de 2028.

E175-E2

Projetado para ser lançado originalmente em 2020, o E175-E2 é o terceiro e último modelo previsto na nova família E-Jets 2 de jatos regionais da Embraer. A estreia da aeronave com capacidade entre 76 e 88 passageiros e novos recursos tecnológicos que a tornam mais eficiente, porém, foi adiada duas vezes e atualmente o desenvolvimento do avião está congelado.

A pedra no sapato no E175-E2 é a cláusula de escopo dos sindicatos de pilotos estadunidenses (Foto: Divulgação)

Substituto do E175, que é o avião mais vendido da Embraer com mais de 700 unidades entregues, o E175-E2 sofreu seu primeiro revés no início da pandemia de covid-19, em 2020, quando a fabricante reduziu suas atividades industriais. Posteriormente, passada a pior parte da crise mundial de saúde, a Embraer decidiu congelar o projeto e postergou o lançamento da aeronave para meados de 2027. Mas a “culpa”, desta vez, foi dos EUA.

 

O mercado de aviação regional dos EUA é o maior consumidor dos jatos comerciais da Embraer. No entanto, por lá existem regras específicas nesse segmento que, por enquanto, impedem a entrada do novo avião brasileiro. A pedra no sapato no E175-E2 é a cláusula de escopo dos sindicatos de pilotos estadunidenses, que proíbe a operação de aviões com peso acima de 39.000 kg. O E175 antigo atende esse limite, ao passo que o modelo da nova geração o excede em quase 6.000 kg.

A cláusula é uma forma de preservar empregos nas grandes companhias, que poderiam com isso contratar funcionários nas coligadas regionais com salários mais baixos, daí a resistência do sindicato. Por isso, neste momento, não é interessante para a Embraer avançar com o projeto do E175-E2.

STOUT

Iniciativa criada pela Força Aérea Brasileira (FAB), o projeto STOUT (de Short Take Off Utility Transport/Transporte Utilitário de Decolagem Curta) foi motivo de um convênio com a Embraer que visava o projeto e construção de uma aeronave avançada de uso civil e militar, capaz de operar com um sistema de propulsão híbrido-elétrico e de baixa emissão de gases poluentes.

O conceito do STOUT foi pensando para substituir antigos aviões utilitários Embraer da Força Aérea, como o C-95 Bandeirante e o C-97 Brasília. Porém, no começo deste ano, a FAB abandonou o projeto para focar em questões consideradas mais urgentes, como a compra dos caças Gripen e os aviões-tanque KC-30.

P600 AEW

Programa desenvolvido pela divisão Embraer Defesa e Segurança em parceria com a empresa israelense ELTA Systems, o P600 AEW (sigla em inglês para Alerta Aéreo Antecipado) é um projeto de “avião-radar” baseado na plataforma do jato executivo Praetor 600. O trabalho está em andamento desde 2020, mas os fabricantes ainda não têm uma previsão de lançamento.

Os fabricantes ainda não têm uma previsão de lançamento para o P600AEW (Foto: Divulgação)

Aviões equipados com grandes antenas de radar na parte superior são peças importantes no meio militar em operações de vigilância e alerta. Voando em grandes altitudes, os sensores podem “enxergar” de cima para baixo o que as estações de radar em solo não conseguem captar em seu horizonte horizonte devido a curvatura da Terra, como pequenas embarcações e aeronaves em baixa altitude.

Trata-se de um segmento onde a Embraer já tem experiência. No final da década de 1990, a fabricante lançou o programa EMB-145 AEW&C, então baseado no jato comercial ERJ-145. O resultado do projeto foi o E-99, cujo radar tem um alcance de busca de até 450 km. O modelo hoje está com a força aérea do Brasil, Grécia, México e Índia.

Aeronave militar não tripulada

Em abril de 2021, a Força Aérea Brasileira e a Embraer assinaram um Memorando de Entendimento para iniciar os estudos sobre uma “aeronave não tripulada de classe avançada”, como foi descrito na época. Este é o primeiro desenvolvimento dessa natureza realizado no Brasil.

Além do anúncio, foram divulgados ilustrações de avião a jato com características furtivas (um tipo de design que consegue enganar a detecção por radares), de cauda dupla e entrada de ar na parte superior da fuselagem. Tais formas indicam uma possível utilização da aeronave em missões de reconhecimento aéreo e ataque ao solo.

Apesar de ser uma tecnologia que remonta ao início dos anos 1980, aeronaves não tripuladas, os populares drones, vêm ganhando notoriedade em conflitos militares ocorridos nos últimos anos e recentes, como na guerra da Ucrânia. São aparelhos de combate e observação de grande valia e longo alcance e custam uma fração do valor de um avião convencional tripulado.

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Fonte epocanegocios
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