Bitcoin pode atrasar retomada com dólar forte até 2023, alertam analistas

Força econômica dos EUA e a suficiência energética podem continuar a alimentar a demanda pelo dólar mesmo depois que o Fed pare de subir os juros

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O mercado esperava um rali de retomada do Bitcoin (BTC) em outubro, que até agora não aconteceu dado que investidores mais sofisticados têm tido preferência pelo dólar, considerado um “porto seguro” em momentos de maior incerteza, como o atual.

Pesquisa do Bank of America (BofA) com gestores publicada na terça-feira (18) mostrou que a exposição comprada (aposta na alta) ao dólar foi a preferida na primeira metade do mês, com 64% dos entrevistados chamando-a de a aposta mais concorrida.

O levantamento do banco de investimentos foi feito na semana encerrada em 13 de julho com cerca de 371 gestores de recursos com US$ 1,1 trilhão em ativos sob gestão.

O dólar tem sido o ativo preferido do mercado financeiro desde julho, em meio às tentativas do Federal Reserve, o banco central americano, de conter a inflação desenfreada com aumentos agressivos de juros. Em seis meses, a taxa já foi aumentada em 300 pontos base.

O aumento dos juros e a incerteza têm contribuído para uma aversão a ativos de risco, incluindo as criptomoedas.

Negociações lotadas são frequentemente associadas a bolhas e marcam os principais topos de preços. No ano passado, os trades mais procurados eram as posições compradas em Bitcoin e em ações de tecnologia.

O Bitcoin atingiu o pico de US$ 69 mil em novembro de 2021 e caiu mais de 70% desde então. Já o índice Nasdaq, pesado em tecnologia despencou 31% em Nova York este ano.

Com isso, alguns observadores esperam que o dólar fique sob pressão nos próximos meses. Um recuo notável no dólar, se houver, seria um bom presságio para ativos de risco.

“Precisamos que a direção do dólar seja revertida. Isso deve acontecer no final de janeiro”, disse o trader e analista de criptomoedas Alex Kruger em um tweet nesta quarta-feira (19).

Segundo Kruger, o ciclo de alta de juros do Fed pode terminar em fevereiro, abrindo caminho para os mercados operarem vendidos (aposta na queda) ou venderem o dólar.

No entanto, de acordo com o head de pesquisa e estratégia da Matrixport, Markus Thielen, as probabilidades podem ser contrárias para aqueles que acreditam em queda da moeda americana.

“É difícil apostar contra o dólar. A economia dos Estados Unidos está crescendo, é autossuficiente em energia e uma exportadora líquida de energia. Isso, juntamente com a indústria de manufatura local (antes terceirizada), está impulsionando esse grande boom”, disse Thielen ao CoinDesk.

A relativa força econômica dos EUA e a suficiência energética podem continuar a alimentar a demanda pelo dólar mesmo depois que o Fed pare de aumentar os juros. Além disso, as tendências sazonais indicam que o primeiro trimestre costuma ser positivo para o dólar.

Dados provenientes do Equity Clock mostram que o início do ano até o começo de março costuma ser um bom período para o dólar. A moeda geralmente atinge o pico na segunda metade de março e o fundo, no início de maio.

Coincidentemente, os últimos mercados de alta do Bitcoin tiveram o pico em dezembro, abrindo caminho para uma queda de preço no primeiro trimestre. E, enquanto período de baixa de 2018 perdeu força no último mês daquele ano, os investidores otimistas ficaram em cima do muro nos primeiros três meses de 2019 – um período sazonalmente de alta para o dólar.

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Fonte infomoney
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