Avianca pede falência nos EUA em meio à crise do novo coronavírus
Segunda maior companhia aérea da América Latina classificou como "dramática" a situação do setor no momento atual
Segunda maior companhia aérea da América Latina, a colombiana Avianca anunciou neste domingo (10) que pediu para usar a lei de falências dos Estados Unidos para iniciar um processo de reorganização devido à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
“A Avianca Holdings e algumas de suas subsidiárias e afiliadas apresentaram hoje, voluntariamente, um requerimento para o Capítulo 11 do Código de Falências dos Estados Unidos na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York, a fim de preservar e reorganizar os negócios da Avianca”, declarou a empresa colombiana em um comunicado.
Imobilizada desde 23 de março devido à proibição de voos ordenada pelo governo da Colômbia, a companhia aérea justificou a medida na velocidade e na escalada do impacto da crise da Covid-19, a qual classificou como “dramática”.
“Aproveitar este processo foi necessário devido ao impacto imprevisível da pandemia da covid-19, que causou uma diminuição de 90% no tráfego mundial de passageiros. A LifeMiles, empresa que administra o programa com o mesmo nome, não faz parte da aplicação do Capítulo 11”, detalha s Avianca Holdings.
A companhia, que completou 100 anos em dezembro passado, acrescentou que a suspensão das operações regulares de passageiros reduziu sua receita consolidada em mais de 80% e exerceu uma pressão significativa sobre sua liquidez.
Pior crise
“Os efeitos da pandemia de covid-19 nos levaram a enfrentar a crise mais desafiadora dos nossos 100 anos de história como empresa”, disse o CEO da Avianca Holdings, Anko van der Werff, citado no comunicado.
Van der Werff destacou que, apesar do sucesso da reestruturação da dívida da Avianca Holdings no ano passado, aproveitar a lei de falências é um passo necessário para enfrentar os desafios financeiros, já que a recuperação do setor será gradual.
“Quando as restrições governamentais sobre viagens aéreas forem suspensas e formos capazes de retomar gradualmente nossos voos de passageiros, esperamos contribuir para o renascimento da economia na Colômbia e em nossos outros mercados-chave e reincorporar nossos funcionários”, salientou.
Continuar voando
“Ao apelar para lei de falências, tentamos proteger e preservar as operações para continuar atendendo aos clientes com viagens aéreas seguras e confiáveis, sob os mais rigorosos protocolos de biossegurança, uma vez que as restrições de viagem geradas pela Covid-19 são gradualmente suspensas”, disse a empresa.
Com a medida, a Avianca Holdings quer também preservar empregos na Colômbia e em outros mercados onde atua, bem como reestruturar o balanço patrimonial e o passivo da empresa.
O grupo gera mais de 21 mil empregos diretos e indiretos em toda a América Latina, dos quais mais de 14 mil estão na Colômbia, e trabalha com uma rede de mais de 3.000 fornecedores, segundo dados divulgados na nota.
Outra razão dada pela companhia aérea é que a pandemia de coronavírus causou uma redução de 90% no tráfego global de passageiros, e a expectativa é de que reduza a receita da indústria mundial em US$ 314 bilhões, de acordo com a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo).