SeaWorld encerra “surfe de golfinhos” após pressão de ONG
Segundo relatório assinado por veterinário, os animais em cativeiro sofrem danos físicos e psicológicos. Outras espécies ainda são vítimas de abusos e maus-tratos
O parque aquático SeaWorld assumiu um compromisso com a organização não governamental People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) ao encerrar a prática “surfe sobre golfinhos”, em que treinadores andam sobre os animais durante as apresentações ao público. A decisão foi divulgada em uma carta enviada à organização no início de fevereiro por um advogado do SeaWorld.
“Impedir que os treinadores tratem golfinhos como pranchas de surfe significa menos abuso no SeaWorld, mas orcas e outros animais continuam sofrendo em pequenos tanques de concreto”, diz Tracy Reiman, vice-presidente executiva da PETA.
A PETA publicou em seu site oficial um relatório feito por um veterinário com observações sobre como vivem os golfinhos mantidos em cativeiro nos parques do SeaWorld em San Diego, San Antonio e Orlando, todos nos Estados Unidos. As evidências obtidas mostram que eles são severamente comprometidos pelas condições em que vivem.
Na natureza, os bichos nadam até 100 quilômetros por dia, mergulham a profundidades de quase 500 metros e mantêm relacionamentos. Já em cativeiro, eles são amontoados em tanques rasos, onde não podem escapar de ataques de outros golfinhos frustrados e agressivos.
Durante as acrobacias circenses, a mandíbula inferior do golfinho, que é altamente sensível e crucial para a audição, suporta quase toda a força do peso corporal do treinador. O relatório também descobriu que os animais têm feridas abertas e cicatrizes extensas em seus rostos e corpos.
Em nota, a PETA relembra que este é um resultado que envolveu mais de 133 mil apoiadores, contando até com o ator Alex Baldwin. Porém, a organização ressalta que vai continuar pressionando o parque contra maus-tratos causados a outros animais.