Trump suspende emissão de vistos de trabalho para estrangeiros nos EUA

Presidente diz que medida servirá para diminuir o impacto da pandemia de Covid-19 nos empregos.

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O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, assinou nesta segunda-feira (22) ordem executiva que suspende a emissão de vistos de trabalho para estrangeiros. O republicano argumenta que a medida servirá para amenizar os riscos ao emprego de norte-americanos após os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

A suspensão começa a valer nesta quarta-feira (24) e deverá durar até 31 de dezembro de 2020, mas a Casa Branca sinaliza que pode estender o prazo, se necessário.

A medida interrompe a emissão dos seguintes vistos:

  • H-1B ou H-2B — Trabalhadores de áreas que requerem alto grau de especialização ou trabalhos temporários ou sazonais.
  • J — Professores, pesquisadores e au-pair em regime de intercâmbio
  • L — Profissionais transferidos aos EUA pela empresa onde atua

De acordo com estimativa do Migration Policy Institute, uma organização independente norte-americana, feita com base em dados oficiais, mais de 160 mil trabalhadores podem ser afetados pela medida.

A suspensão também vale para as pessoas que acompanhariam esses profissionais nos Estados Unidos. A medida não se aplica aos trabalhadores que já estejam com o visto válido em mãos, mesmo fora do território norte-americano.

“Trabalhadores americanos competem contra estrangeiros por empregos em todo setor de nossa economia, inclusive contra milhões de estrangeiros que entram nos Estados Unidos para atuar no trabalho temporário”, justificou Trump.

O presidente dos EUA, Donald Trump, em 18 de junho — Foto: AP Photo/Alex Brandon

“Em circunstâncias comuns, programas de emprego temporário bem administrados podem ajudar a dar benefícios à economia. Mas sob circunstâncias extraordinárias da contração econômica resultante do surto de Covid-19, alguns programas de vistos para não imigrantes que autorizam esse tipo de trabalho significam uma ameça incomum ao emprego de trabalhadores americanos”, completou.

Com a pandemia, os EUA registraram recorde nos pedidos de seguro desemprego entre abril e maio. Porém, no começo deste mês, novos números mostraram queda na taxa de desemprego, na medida em que os estados começavam a retirar medidas de isolamento social.

Medidas contra imigração na pandemia

A Casa Branca, em Washington, no dia 5 de fevereiro de 2020. — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP

Desde o início da pandemia, o governo Trump tem adotado medidas para diminuir o fluxo de imigrantes aos Estados Unidos sob justificativa de que os empregos estão em risco por causa da recessão gerada pelo novo coronavírus.

Em abril, Trump assinou decreto que interrompeu a emissão de green cards — categoria que dá residência permanente nos EUA. Profissionais de algumas categorias na área da saúde ainda poderiam pleitear esse direito.

Trump também proibiu a chegada nos EUA de estrangeiros que tivessem passado por países com alta transmissão do novo coronavírus. No início, a medida atingiu a China e países da Europa. Com o agravamento da epidemia, o Brasil também entrou na lista de países banidos.

Em números absolutos, os EUA são o país mais atingidos pelo novo coronavírus, com mais de 2 milhões de casos confirmados. O número de mortes pela Covid-19 supera as 120 mil, segundo a Universidade Johns Hopkins.

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Fonte globo
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