Putin vai ao Vietnã tentar fortalecer aliança histórica focada em armas – e agora no petróleo
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou ao Vietnã nesta quinta-feira com a missão de fortalecer os laços com um país que em determinado momento do século passado foi um aliado histórico de Moscou. No início desta semana, Putin esteve na Coreia da Norte, onde reafirmou sua aliança com o ditador Kim Jong-un e prometeu uma política de “defesa mútua” aos moldes da Guerra Fria.
No caso do Vietnã, o russo quer solidificar a imagem de parceiro mais importante na área de defesa e tentar afastar, aos poucos, os líderes do país de Washington. É a quinta viagem que Putin faz à nação do sudeste asiático.
De acordo com o New York Times, além do setor bélico, Moscou e Hanói têm parcerias estratégicas quando o assunto é petróleo e gás. A Vietsovpetro, uma joint venture dirigida pela russa Zarubezhneft e pela estatal vietnamita PetroVietnam, opera o maior campo petrolífero do Vietnã, Bach Ho.
Os lucros da Vietsovpetro geraram milhões de dólares tanto para a Rússia como para o Vietnã. A Zarubezhneft e a Gazprom também estão envolvidas em projectos de exploração de petróleo no país asiático.
Para Moscou, esse projetos são ainda mais estratégicos num momento em que as exportações russas de petróleo e gás para a Europa despencaram após a imposição de sanções por parte da União Europeia depois do início da guerra da Ucrânia, em 2022.
Laços da Guerra Fria
Os laços entre Rússia e Vietnã tornaram-se relevantes com o início da da Guerra Fria.
A partir da década de 1950, por exemplo, milhares de funcionários do Partido Comunista Vietnamita, altos funcionários empresariais, médicos, professores e soldados foram treinados na União Soviética e na Rússia. Essa lista inclui o atual chefe do partido comunista do país, Nguyen Phu Trong.
Ainda segundo o NYT, mesmo com o Vietnã tendo diversificado as parcerias nos mais variados campos da economia nos últimos anos (inclusive se aproximando dos EUA), a Casa Branca repreendeu o país por essa recente aproximação com a Rússia. “Nenhum país deveria dar a Putin uma plataforma para promover a sua guerra de agressão e permitir-lhe normalizar as suas atrocidades”.
Nesta semana, o recém-empossado presidente do Vietnã, To Lam, disse que “sempre considera a Rússia um dos parceiros prioritários na sua política externa”.