Movimentos denunciam mais de 100 detidos em Cuba pelos protestos

-- Publicidade --

-- Publicidade --

Mais de cem pessoas são declaradas como detidas em Cuba após os históricos protestos que começaram no domingo na ilha, entre elas alguns opositores conhecidos, como Guillermo Fariñas, o ex-preso político Daniel Ferrer e o artista Luis Manuel Otero Alcántara, segundo denunciaram várias fontes concordantes.

Milhares de cubanos saíram às ruas espontaneamente no domingo em cerca de quarenta cidades e povoados da ilha para protestar pela crise econômica, que foi agravada pela escassez de alimentos e medicamentos.

Após uma breve reconciliação entre 2014 e 2016, as relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos estão em seu nível mais baixo desde que Donald Trump reforçou o embargo em vigor desde 1962.

Essas sanções e a ausência de turistas, devido à pandemia, mergulharam Cuba em uma profunda crise econômica e geraram forte insatisfação social.

De acordo com uma lista publicada na segunda-feira à noite no Twitter pelo Movimento San Isidro (MSI), um grupo de intelectuais e universitários que exigem liberdade de expressão e criação, 114 pessoas foram detidas ou não estão localizadas.

“São mais de 32h da detenção arbitrária de @LMOAlcantara” (Luis Manuel Otero Alcántara)”, disse em outro tuíte o MSI.

O artista performático, que em maio esteve recluso em um hospital sem comunicação com o exterior, foi para as ruas se manifestar como milhares de cubanos e foi preso, disse a mensagem.

De acordo com a lista, o líder opositor José Daniel Ferrer também está entre os detidos.

“Violência e detenções de manifestantes cubanos e desaparecimentos de ativistas – incluindo @cocofarinas , @jdanielferrer de UNPACU, @Mov_sanisidro , @LMOAlcantara e @Omnipoeta – nos lembram que os cubanos pagam caro pela liberdade e dignidade”, disse no Twitter Julie Chung, secretária de Estado adjunta para as Américas dos Estados Unidos. “Pedimos sua liberdade imediata”, acrescentou.

Também denunciou sua prisão no Facebook o dramaturgo Yunior García, um dos precursores do movimento 27N, surgido depois de uma manifestação de 27 de novembro de artistas e intelectuais para pedir maior liberdade de expressão.

García relatou que, quando soube dos protestos, foi ao Instituto Cubano de Rádio e Televisão (ICRT) no domingo com outros colegas para pedir 15 minutos em frente às câmeras.

Mas “um grupo de conservadores radicais e vários grupos de Resposta Rápida nos negaram” essa oportunidade e “fomos agredidos, arrastados à força e lançados sobre um caminhão de carga, como sacos de lixo”, disse.

Ele afirmou que foram levados para o centro de detenção Vivac, em Havana, onde foram presos.

“Vimos dezenas de jovens chegarem”, acrescentou, destacando que depois dos interrogatórios, ele e seus colegas foram liberados na segunda-feira à tarde “sob uma medida cautelar” e “um processo de investigação”.

Entre os detidos estava Camila Acosta, uma jornalista cubana de 28 anos presa na segunda-feira, segundo Alexis Rodríguez, chefe da editoria de internacional do jornal madrilenho ABC, com o qual trabalhou durante seis meses.

O ministro das Relações Exteriores espanhol pediu, nesta terça-feira, às autoridades cubanas que respeitem o direito de manifestação e exigiu a libertação “imediata” de Camila Acosta.

Banner825x120 Rodapé Matérias
Fonte istoe
você pode gostar também