Comandante do Pentágono diz que Trump está pronto para discutir com Irã

Em tuíte escrito em idioma persa, Donald Trump volta a pedir a Teerã que não 'mate' manifestantes contrários ao regime

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a alertar o Irã neste domingo, 12, contra a repressão aos protestos contrários ao governo. Em paralelo, o secretário de Defesa, Mark Esper, garantiu que o líder americano está pronto para discutir com os líderes da República Islâmica.

“Não matem seus manifestantes”, escreveu Trump na língua persa e em inglês. Ele já havia publicado mensagem anterior pedindo ao regime de Teerã que não cometa “outro massacre de manifestantes pacíficos”. “Milhares de pessoas já foram mortas ou presas por vocês, e o mundo está observando vocês. Mais importante, os Estados Unidos estão observando”, completou neste domingo.

A polícia iraniana dispersou no sábado 11 protestos estudantis na capital iraniana em memória das 176 vítimas da queda de um avião ucraniano na quarta-feira 8. A aeronave teria sido abatida “por engano” pelo Exército iraniano, conforme reconheceu o próprio governo. Mas Trump referiu-se também às manifestações que ocorreram em meados de novembro no Irã, depois do anúncio de um forte aumento no preço da gasolina, e que resultaram em mais de 300 mortos, segundo a Anistia Internacional.

A advertência do presidente ocorre em um contexto muito tenso entre os Estados Unidos e o Irã, marcado por uma escalada desde o assassinato poderoso general iraniano Qasem Soleimani em um ataque americano em Bagdá no dia 3. Na quarta-feira 8, as forças armadas iranianas retaliaram com o disparo de mísseis contra bases americanas no Iraque, sem causar vítimas.

Apesar das tensões, o presidente americano está pronto para discutir com os líderes de Teerã, “sem pré-condições, um novo caminho, uma série de medidas que tornariam o Irã um país mais normal”, afirmou Mark Esper, comandante do Pentágono, em entrevista à rede de televisão CBS News.

Vários membros do governo Trump reafirmaram neste domingo que as informações coletadas pela inteligência americana justificaram a decisão de eliminar Qasem Soleimani. Esper afirmou que um ataque em larga escala das forças iranianas aconteceria nos próximos dias, “em vários países e maiores que os anteriores, provavelmente nos levando a um conflito aberto com o Irã”.

“(Os dados) mostravam que eles (os iranianos) estavam interessados em instalações americanas na região e queriam fazer vítimas entre soldados, marinheiros, Força Aérea e diplomatas”, garantiu o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Robert O’Brien, ao canal NBC. “A ameaça era iminente”, insistiu.

Vários legisladores democratas e alguns republicanos criticaram Donald Trump por não ter avisado previamente o Congresso e pedido sua aprovação antes de ordenar o assassinato de Qassem Soleimani.

A Câmara de Representantes adotou na quinta-feira uma resolução para limitar o poder do presidente americano de iniciar operações militares contra o Irã – um texto que não tem valor legal. Na outra mão, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, justificou as novas sanções econômicas anunciadas na sexta-feira 10 contra vários líderes iranianos e uma série de grupos de mineração e metalurgia.

“Não queremos atingir o povo iraniano”, disse Steven Mnuchin em entrevista para a Fox News. “Queremos suprimir a renda que financia atos prejudiciais.”

Desde a retomada das sanções contra o Irã, em 2018, o governo dos Estados Unidos ameaça adotar represálias contra qualquer operador que negocie com os iranianos, seja ele americano ou não.

(Com AFP)

 

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