Com máscaras e distanciamento, Coreia do Sul tem eleições durante pandemia de novo coronavírus
Sul-coreanos vão escolher nova configuração do Parlamento. Partido governista leva vantagem sobre oposição.
Eleitores da Coreia do Sul foram às urnas nesta quarta-feira (15) (horário local) vestindo máscaras, luvas e tomando distância um dos outros. As eleições legislativas sul-coreanas são o primeiro teste do governo local desde o início da pandemia de novo coronavírus.
O rápido espalhamento da Covid-19 fez com que diversos setores pedissem o adiamento das eleições. No entanto, o presidente Moon Jae-In insistiu em manter a data da votação — considerada um referendo sobre a atuação do governo em meio à pandemia.
Eleitores hospitalizados por causa do novo coronavírus foram autorizados a votar pelo correio, caso tivessem se inscrito a tempo. Segundo a Associated Press, cerca de 400 pacientes participaram da eleição.
A Coreia do Sul recebeu elogios por ampliar o número de testes e adotar medidas de isolamento a tempo de conter o rápido contágio da doença.
De acordo com a universidade norte-americana Johns Hopkins, a Coreia do Sul registrava 222 mortes por Covid-19 até esta terça-feira — número considerado proporcionalmente baixo comparado aos mais de 10 mil casos confirmados da doença no país.
Coronavírus, corrupção e economia
Mesmo com a crise da Covid-19, outros temas políticos continuam a pautar os eleitores do país. Reportagem da agência Associated Press explica que o eleitorado sul-coreano é bastante dividido entre grupos ideológicos, questões regionais e até diferenças de geração.
Nestas eleições, os sul-coreanos escolherão a nova configuração do parlamento para um mandato de quatro anos. Pesquisas indicam favoritismo do Partido Democrático, do presidente Moon — sobretudo pelo que os eleitores consideraram um bom desempenho do país no combate à Covid-19.
Ainda assim, segundo a agência Nikkei, os conservadores do Partido Futuro Unido tentam diminuir a diferença no número de parlamentares para aumentar a pressão sobre o governo de Moon. O presidente recebe críticas por escândalos de corrupção envolvendo assessores governistas e pelo mau desempenho da economia nos últimos meses.
Eleições em tempos de coronavírus
A Coreia do Sul não é o primeiro país a manter o calendário eleitoral em meio à pandemia de Covid-19. Quando os casos da doença começavam a levar as autoridades a tomar medidas de contenção, a França insistiu em organizar o primeiro turno das eleições municipais na data prevista em março. Porém, com a piora da crise, o segundo turno acabou adiado.
Nos EUA, alguns estados adiaram as primárias das eleições presidenciais. Em meio à crise, o senador Bernie Sanders desistiu da corrida à Casa Branca e passou a apoiar o ex-vice-presidente Joe Biden para disputar o cargo com Donald Trump.