PDT entra com ação na PGR a favor da interdição de Bolsonaro
Ação fala em “caráter patológico” do presidente e pede “exame pericial apto a subsidiar a interdição”
O PDT (Partido Democrático dos Trabalhadores), representado pelo presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, e pelo vice-presidente, Ciro Gomes, entrou com uma ação na PGR (Procuradoria Geral da República) a favor da interdição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A ação afirma que Bolsonaro “ostenta caráter patológico” e “condutas que jamais seriam praticadas por pessoas em plenitude comportamental”. Eis a íntegra da representação (275 KB).
O partido afirma que imaginava-se os “arroubos autoritários” do presidente Jair Bolsonaro eram apenas “cenas erráticas para angariar o apoio da população”. “Mas o decorrer dos anos pôs em evidência que o comportamento do Senhor Jair Messias Bolsonaro ostenta caráter patológico, pois não se afigura crível que um presidente da República apresente um extenso histórico de condutas que jamais seriam praticadas por pessoas em plenitude comportamental”, diz a ação.
No documento, o PDT cita “atuação desastrosa” do chefe do Executivo na condução do país durante a pandemia, com “propaganda contra a saúde pública”, notícias falsas e informações técnicas sem comprovação científica, com o propósito de desacreditar as autoridades sanitárias e enfraquecer a adesão popular às recomendações de saúde baseadas em evidências científicas.
“A população brasileira assistiu, incrédula, a condução genocida e ignóbil do Presidente da República, que insiste em entronizar o negacionismo e o obscurantismo em detrimento da ciência e da vida humana”, afirma a representação.
“Denota-se que o Senhor Jair Messias Bolsonaro, no ponto, não tem o discernimento necessário, nem tampouco capacidades mentais plenas para seguir como presidente, pois não se afigura aceitável que um presidente da República atue com a finalidade de conduzir a população à morte, tudo para confortar seus anseios e seu apreço pelo sofrimento, em detrimento da vida humana”, diz o documento.
A ação também cita as ofensas de Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal) e a seus ministros, e o vazamento de inquérito sigiloso do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para sustentar argumentos contra o sistema eleitoral brasileiro.
Os autores da ação citam ainda o desfile militar desta 3ª feira (10.ago.2021), classificado como “uma tentativa de intimidação para o poder Legislativo”, “uma loucura” “uma conduta que não guarda sintonia com o cargo de presidente da República”.
“O Senhor Jair Messias Bolsonaro age na contramão dos atos que uma pessoa em plena saúde mental agiria, especificamente porque tem a finalidade deliberada de causar danos à população brasileira, conduzindo o país ao abismo com as suas condutas negacionistas e obscurantistas em detrimento da ciência, do regime democrático e da separação dos poderes”, afirma a ação.
Por fim, a representação solicita a realização de exame pericial apto a subsidiar a interdição do presidente Jair Bolsonaro.