Moraes prorroga inquérito contra Bolsonaro por fala sobre vacina

Apuração terá mais 60 dias e investiga a declaração que associa a vacina contra a covid-19 ao risco de desenvolver aids

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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu prorrogar por mais 60 dias o inquérito que investiga declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a covid-19. A decisão atende a pedido da PF (Polícia Federal).

Bolsonaro passou a ser investigado depois que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid acionou o STF. A CPI acusou Bolsonaro de cometer crimes de epidemia (art. 267 do CP) e infração de medida sanitária (art. 268 do CP).

“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, nos termos solicitados pela Polícia Federal e previstos no art. 230-C, § 1º, do Regimento Interno do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prorrogo por mais 60 (sessenta) dias o presente inquérito”, escreveu o ministro. Leia a íntegra da decisão (94 KB), publicada em 9 de junho.

A investigação no Supremo investiga declarações de Bolsonaro com a propagação de notícias falsas sobre a imunização e que associa a vacina contra a covid-19 ao risco de desenvolver aids.

No começo de abril, Moraes já havia prorrogado a investigação. A apuração foi aberta em 3 de dezembro de 2021, depois de Bolsonaro dizer que estudos “sugerem” que vacinados “estão desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”.

A live com a declaração do presidente foi tirada do ar por Facebook, Instagram e YouTube. As plataformas consideraram que houve disseminação de informações sem comprovação científica.

Em outubro, o Facebook e o YouTube tiraram do ar uma live de Bolsonaro em que ele faz uma suposta relação entre as vacinas contra a covid-19 e a aids (síndrome da imunodeficiência adquirida).

Ao Poder360, o YouTube informou que o vídeo foi removido por “violar as diretrizes de desinformação médica sobre a covid-19”. Bolsonaro atribuiu a informação à revista Exame. Afirmou que “foi a própria ‘Exame’ que falou da relação de HIV com vacina”.

Bolsonaro se referia a uma reportagem publicada em 20 de outubro de 2021, com o seguinte título: “Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV”. Depois da live, a manchete da reportagem foi alterada duas vezes:

24.out.2021 – 2ª versão do título: “Out/2020: Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV”;

25.out.2021 – 3ª versão do título: “Out/2020: Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV?”.

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Fonte poder360
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