Moraes manda soltar blogueiro bolsonarista investigado em inquérito de atos antidemocráticos
Oswaldo Eustáquio está proibido de acessar redes sociais, se aproximar a menos de 1 km da Praça dos Três Poderes e residências dos ministros do STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou soltar da prisão neste domingo (5) o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, investigado no inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos no país.
Moraes determinou que Eustáquio não use redes sociais, “apontadas como meios da prática dos crimes ora sob apuração”, além de proibir que o investigado fique a menos de um quilômetro da Praça dos Três Poderes ou das residências dos ministros do STF.
Pela decisão, Eustáquio também não pode manter contato com outros investigados no processo e mobilizar ou integrar manifestações de “cunho ofensivo” a Poderes ou que incitem “animosidade das Forças Armadas”. Ele também fica proibido de sair do Distrito Federal sem autorização da Justiça.
O blogueiro foi preso em 26 e junho, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Na última terça-feira (30), Moraes prorrogou por cinco dias a prisão temporária.
Em depoimento à Polícia Federal prestado nesta quinta-feira (2), Eustáquio disse que “fez parte do governo executivo federal de transição do atual presidente da República até 31 de janeiro de 2019”. O blogueiro não detalhou quem o teria convidado para trabalhar na gestão do governo Jair Bolsonaro, nem quando iniciou seu trabalho com a equipe de transição.
A Polícia Federal vê indícios de envolvimento do blogueiro com ações de “potencial lesivo considerável”. Ele é apontado como parte do “núcleo produtor de conteúdo” na investigação. Para a polícia, suas publicações instigam uma parcela da população a “impulsionar o extremismo do discurso de polarização e antagonismo, por meios ilegais, a Poderes da República”, segundo manifestação citada na decisão de Moraes.
O blogueiro foi detido no mesmo inquérito que levou à prisão a extremista Sara Giromini, solta após dez dias de prisão provisória.
*Com Estadão Conteúdo