Presidente do Twitter defende suspensão de conta de Trump
Jack Dorsey afirma que decisão foi a correta, mas concorda que ela abre um precedente que pode ser perigoso
O presidente-executivo do Twitter, Jack Dorsey, disse na quarta-feira (13) que banir Donald Trump da plataforma de mídia social após a invasão ao Capitólio na semana passada foi a “decisão certa”, mas disse que ação criou um precedente perigoso.
O Twitter apagou na semana passada a conta de Trump, que tinha 88 milhões de seguidores, citando o risco de mais violência após os atos de violência contra o Congresso dos EUA por apoiadores de Trump.
“Ter que tomar essas medidas fragmenta o debate público”, disse Dorsey no Twitter. “Elas nos dividem. Elas limitam o potencial de esclarecimento, redenção e aprendizado. E estabelece um precedente que considero perigoso: o poder que um indivíduo ou empresa tem sobre uma parte do debate público global.”
A ação do Twitter recebeu críticas de alguns republicanos, que disseram que ela suprimiu direito de Trump à liberdade de expressão. A chanceler alemã, Angela Merkel, também alertou, por meio de um porta-voz, que os parlamentares, e não as empresas privadas, devem decidir sobre possíveis restrições à liberdade de expressão.
Em sua conta no Twitter, Dorsey disse que embora não se orgulhe da proibição, “o dano offline como resultado do discurso online é comprovadamente real, e o que impulsiona nossa política e sua aplicação acima de tudo”.
Mesmo assim, ele acrescentou: “Embora haja exceções claras e óbvias, acho que uma proibição é uma falha nossa em promover um debate saudável.”
O Twitter introduziu uma série de medidas ao longo do ano passado, como rótulos, advertências e restrições de distribuição para reduzir a necessidade de decisões sobre a remoção total de conteúdo do serviço.
Dorsey disse acreditar que essas medidas podem promover conversas online mais frutíferas ou “saudáveis” e diminuir o impacto do mau comportamento.
Apoiadores de Trump, que repetidamente fez afirmações infundadas questionando a vitória do democrata Joe Biden na eleição de novembro, invadiram o Capitólio dos EUA na quarta-feira, tentando impedir a certificação pelo Congresso da vitória de Biden no Colégio Eleitoral.
Na quarta-feira, Trump se tornou o primeiro presidente na história dos Estados Unidos a sofrer dois processos de impeachment.