Premier de Israel e conselheiro dos EUA discutem sobre Irã
O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, reuniu-se com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos nesta quarta-feira (22), depois de reafirmar sua oposição às negociações em Viena para reativar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano.
O conselheiro Jake Sullivan chegou a Israel ontem à noite e também se reuniu com o presidente Isaac Herzog. De acordo com o gabinete presidencial, ele manifestou sua “preocupação com o avanço do Irã em direção às armas nucleares sob o disfarce das negociações em Viena”. Sullivan, por sua vez, afirmou que sua visita a Israel acontece em “um contexto crítico”.
“É importante que nos sentemos juntos para desenvolver uma estratégia comum, com uma abordagem comum e assim encontraremos o caminho a seguir que garanta fundamentalmente os interesses de seu país e do meu”, acrescentou, segundo um comunicado do governo israelense.
Sullivan não fez uma menção direta ao Irã, mas o comunicado diz que a reunião se concentrou nas negociações de Viena.
Israel criticou as conversas para restaurar o acordo negociado entre Teerã e as potências ocidentais, no qual o Irã se comprometeu a limitar suas atividades nucleares em troca do alívio de sanções que sufocam sua economia.
O primeiro-ministro Bennett pediu a suspensão das negociações. Também acusou o Irã de “chantagem nuclear” e de usar o dinheiro obtido com o alívio das sanções para adquirir armas a serem usadas contra Israel.
Jake Sullivan também conversou com seu par israelense, Eyal Hulata, sobre a necessidade de combater “todos os aspectos da ameaça representada pelo Irã, tanto seu programa nuclear quanto suas atividades de desestabilização na região”, segundo um comunicado conjunto. Os Estados Unidos e Israel estão “determinados a que o Irã nunca tenha uma arma nuclear”, acrescentaram.
Durante sua visita, Sullivan se reunirá na Cisjordânia com o presidente palestino Mahmud Abas. Ontem (21), o negociador americano para o Irã, Rob Malley, disse à rede CNN que restam apenas “algumas semanas” para reativar o acordo, se Teerã continuar suas atividades nucleares no ritmo atual.
Washington era parte do acordo original, mas se retirou unilateralmente em 2018 sob a administração Trump. O atual presidente, o democrata Joe Biden, disse que, em breve, pode ser tarde demais para reviver o pacto.
“Realmente, depende do ritmo de seu processo nuclear”, disse Malley. “Se pararem os avanços nucleares, teremos mais tempo”, completou.
O Irã disse que quer desenvolver um programa nuclear civil, mas as potências ocidentais dizem que seu urânio enriquecido poderá ser usado para desenvolver armas.