Para os EUA, mísseis hipersônicos russos não mudam o curso da guerra na Ucrânia
Os mísseis hipersônicos que a Rússia diz ter usado para destruir alvos militares na Ucrânia “não mudam muito” o curso da guerra diante da resistência das forças do país vizinho, declarou neste domingo (20) o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin.
“Não os vejo como revolucionários”, disse Austin ao canal de televisão americano CBS, recusando-se a “confirmar ou negar” que Moscou tenha usado esse tipo de míssil.
A Rússia afirmou no domingo, pelo segundo dia consecutivo, ter usado mísseis hipersônicos na Ucrânia. Seria o primeiro uso conhecido em condições reais de combate deste sistema testado pela primeira vez em 2018.
Ao usar essas armas, a Rússia está “tentando recuperar o impulso” num conflito em que seu exército está atolado, opinou Austin. “Vimos (os russos) atacarem deliberadamente cidades e civis nas últimas semanas (…), isso porque a ofensiva está bloqueada”, disse.
As tropas russas “não estão sendo eficazes em seus movimentos no terreno, estão sendo bloqueadas” por combatentes ucranianos “que lutam bravamente e continuam determinados a defender seu país”, acrescentou.
Austin alertou a Rússia contra o uso de armas químicas ou biológicas no conflito. Se forem empregadas, observou ele, haverá “uma reação significativa não apenas dos Estados Unidos, mas também da comunidade internacional”.
Moscou, que acusa Washington e Kiev de operar laboratórios destinados a produzir armas químicas e biológicas proibidas internacionalmente na Ucrânia, pretende “fabricar um pretexto para que, se eles (os russos) fizerem algo no campo de batalha, possam culpar os outros, os ucranianos, nós, a Otan”, afirmou.
O secretário também se recusou a confirmar a presença de mercenários junto às tropas russas. “Não vimos nenhum mercenário no campo de batalha”, disse.
De acordo com uma ONG síria, mais de 40 mil combatentes do Exército sírio e milícias aliadas se alistaram para lutar ao lado da Rússia na Ucrânia.