O que se sabe sobre acusações contra Bob Dylan, que nega ter abusado de menina em 1965
O cantor e compositor americano Bob Dylan está sendo processado por uma mulher que alega ter sido abusada sexualmente por ele em 1965, quando ela tinha 12 anos – acusação que ele nega.
Segundo o processo judicial, Dylan teria “se aproveitado de seu status de músico para dar (a ela) álcool e drogas e abusar dela sexualmente múltiplas vezes”, também com ameaça de violência física.
Um porta-voz do cantor disse à BBC que “essa alegação de 56 anos atrás é falsa e será combatida vigorosamente”.
A mulher, que hoje tem 68 anos e mora no Estado americano de Connecticut, é identificada apenas pelas iniciais JC.
O processo afirma que o abuso ocorreu no apartamento de Dylan no Hotel Chelsea, em Nova York, durante um período de seis semanas, entre abril e maio de 1965.
Porém, do final de abril a 10 de maio, Dylan estava no Reino Unido, em uma turnê que foi documentada no filme A Caminho do Leste, de 1967. Segundo a cronologia A Life in Stolen Moments, feita por Clinton Heylin a respeito da trajetória de Dylan, o cantor passou nesse período pelo Reino Unido, França e Portugal, até o início de junho.
O processo judicial acusa Dylan, hoje com 80 anos, de abuso, agressão, falso encarceramento e imposição de estresse emocional, alegando que o caso provocou “severo dano psicológico e trauma emocional”. A acusação pede uma compensação (não especificada) em um julgamento com júri.
Segundo JC, Dylan promoveu “atos predatórios, sexuais e ilegais” de modo “intencional e sem o consentimento dela”.
A acusação afirma que ela sofreu em decorrência disso “grave abalo mental, angústia, humilhação e vergonha, além de perdas econômicas”.
O processo judicial foi protocolado na sexta-feira (13/8) na Corte Suprema de Nova York, sob a Lei de Vítimas Infantis. A queixa foi submetida um dia antes do fim de uma janela legal em Nova York – um prazo-limite para se pedir reparação por supostos abusos de longa data.
Dylan, cujo nome de batismo é Robert Allen Zimmerman, já vendeu mais de 125 milhões de álbuns no mundo ao longo de uma carreira de seis décadas. Também detém um Prêmio Nobel de Literatura.