Lojas começam a se preparar para reabrir pós-pandemia nos Estados Unidos

A Saks Fifth Avenue dá uma prévia do que pode ser o futuro do varejo nos Estados Unidos

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Com Nova York começando o que parece ser o achatamento de sua curva de mortes por coronavírus e os novos números de contágio começando a diminuir, Andrew Cuomo, começa a pensar num futuro sem menos restrições: segundo o governador da Big Apple, elas devem ser retiradas gradativamente, mas a economia só deve retomar seu ritmo em 18 meses.

“O pior já passou se continuarmos a ser espertos”, declarou Cuomo, na última segunda-feira (13.04). O governador, porém, fez questão de alertar a todos que nada pode ser feito de forma apressada, ou um novo pico pode acontecer. Restartar a economia de forma prematura pode, segundo ele, ter efeitos desastrosos.

De toda forma, muitos negócios já começam a se preparar para o processo de reabertura de suas lojas – não apenas em Nova York como em diversos outros estados nortemaericanos. Mas como isso deve acontecer? A loja de departamentos de luxo Saks Fifth Avenue já está traçando sua estratégia, criando uma série de medidas medidas de segurança e higiene para o “novo normal”, como definem os tempos pós-coronavírus, para que seus clientes possam se sentir seguros de voltar às compras.

A rede, que como diversas outras lojas norte-americanas fechou suas portas em 18.03, agora anuncia que deve reabrir as portas de alguns de seus endereços com horários limitados em 01.06.

Entre as medidas para que isso aconteça está o uso de máscaras estilizadas pretas por seus vendedores, que distribuirão pequenos tubos de álcool em gel para as mãos entre os frequentadores da loja. “Não queremos nada que pareça médico ou assustador”, disse Marc Metrick, presidente da Saks, ao New York Post. “Máscaras podem se tornar os novos acessórios de iPhone. Há uma chance de que elas se tornem o novo acessório da vez.” Os vendedores, por sua vez, terão sua temperatura medida diariamente por termômetros e comunicar os resultados a todos os seus clientes.

Outra medida? A faxina e higienização do ambiente acontecerão durante seu horário comercial, na frente dos clientes – e não após o fechamento das lojas, como de costume. Isso inclui a limpeza de maçanetas e assentos antes que um cliente entre em uma cabine de prova de roupas, por exemplo.

Ainda entre os planos para um ambiente sem perigo de contágio estão ainda o pagamento exclusivo por cartão de crédito sem contato, amostras descartáveis de cosméticos e a ampliação de serviços feitos via internet. A ideia é usar aplicativos como Zoom para ligar personal stylists à clientes em suas casas, que podem então ver o que chegou nas araras de grifes como Gucci, Dior ou Chanel.

“Não podemos fingir que está tudo normal”, disse Metrick. “Não acho que as pessoas vão estar a dois metros umas das outras em 18 meses, mas haverá um interim em que elas vão sim querer um senso de segurança sobre como estamos nos precavendo para protegê-las”, afirmou. “No ‘novo normal’, podemos evitar até que você precise vir até a loja. Acho que alguns clientes gostariam disso.” Para clientes vips, uma vantagem: haverá a possibilidade de marcar visitas à loja antes ou após seu fechamento, evitando assim o fluxo de pessoas nos endereços.

O que ainda não foi resolvido? Como lidar com roupas que já foram experimentadas e pincéis de vendedoras do setor de maquiagem: “Amostras reutilizáveis serão eliminadas, e precisamos repensar também como usamos pincéis e outras ferramentas de aplicação de maquiagem”, disse Metrick.

Para Gabriella Santaniello, consultora de varejo, os maquiadores da rede precisarão passar por um novo treinamento, seguindo novas regras de higiene. Para ela, a tendência será o uso de amostras de cosméticos de uso único e ferramentas de maquiagem virtual.

Na Itália, maior foco da epidemia de coronavírus, e Áustria, as leis de quarentena começaram a ser afrouxadas: lojas de jardinagem e bricolagem, por exemplo, já reabriram suas portas, seguindo regras rígidas de distanciamento social e uso obrigatório de máscaras.

Além disso, na Itália, onde 20 mil pessoas morreram por conta da pandemia de coronavírus, um número limitado de lojas e negócios foi autorizado a reabrir – embora as regiões mais atingidas ainda estejam em lockdown, como a Lombardia.

Após cinco semanas de quarentena, livrarias, papelarias e lojas de roupas infantis puderam abrir suas lojas. Elas também devem seguir as diretrizes de higiene para proteger seus clientes.

Na Áustria, a partir de ontem (14.04), lojas com menos de 400 metros quadrados também já foram autorizadas a abrir suas portas. Lojas maiores, shoppings e salões de beleza, por sua vez, só vão voltar a funcionar em 01.05. Restaurantes têm uma outra data: a previsão é apenas no meio do próximo mês, caso as condições de saúde permitam.

Na Polônia, as regras de quarentena deverão ser afrouxadas no próximo domingo, 19.04, enquanto na Alemanha, a chanceler Angela Merkel já está conduzindo reuniões para decidir o afrouxamento das medidas de quarentena no país.

Na França, porém, a quarentena ainda deve ser seguida à risca por mais tempo: o presidente Emmanuel Macron estendeu o lockdown no país até 11.05.

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Fonte vogue
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