Guaidó está na embaixada da França em Caracas, diz chanceler venezuelano
O líder opositor Juan Guaidó está na embaixada da França em Caracas, disse o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, três dias depois de o presidente socialista, Nicolás Maduro, insinuar que o dirigente parlamentar estaria “escondido” em uma sede diplomática.
“Nós não podemos entrar em uma residência de uma embaixada de qualquer país, neste caso, da Espanha ou da França, e que a Justiça os leve à força. Não podemos, não podemos”, disse Arreaza em entrevista a uma rádio ao responder à pergunta de uma jornalista sobre a suposta presença de Guaidó na embaixada francesa, assim como de seu mentor, Leopoldo López, hóspede na residência do embaixador espanhol em Caracas há mais de um ano.
“Esperamos que estes governos retifiquem (…) e entreguem os foragidos à justiça venezuelana”, acrescentou Arreaza.
O chanceler venezuelano disse que se trata de uma “situação profundamente irregular”.
“É uma vergonha para a diplomacia da Espanha, é uma vergonha para a diplomacia da França o que ocorreu e vamos passar a conta muito, muito em breve”, continuou.
França e Espanha estão entre os mais de 50 países que, liderados pelos Estados Unidos, reconhecem Guaidó como presidente encarregado da Venezuela depois que o Parlamento de maioria opositora declarou como “usurpador” Maduro, acusando-o de ter sido reeleito de forma fraudulenta.
Na segunda-feira, Maduro insinuou que Guaidó estaria “escondido em uma embaixada”, embora o tenha feito sem mencioná-lo expressamente, uma informação que foi negada imediatamente pelo dirigente opositor.
“Mentem para você”, escreveu o líder opositor momentos depois no Twitter, assegurando que estava “onde sempre, com a minha gente”.
Em ocasiões anteriores, Maduro e funcionários do governo qualificaram como “foragido da Justiça” Guaidó, alvo de vários processos judiciais desde que se proclamou presidente interino em janeiro de 2019, embora se desconheça a existência de uma ordem de prisão contra ele.
López, por sua vez, está na residência do embaixador na Espanha depois de fugir de sua prisão domiciliar em um levante frustrado de um grupo de militares em apoio a Guaidó, em 30 de abril de 2019.
Em 13 de maio, a França expressou a “firme condenação” do tratamento dado a seu embaixador em Caracas, Romain Nadal, desde o começo daquele mês.
Desde 2 de maio, agentes policiais guardam a rua onde está a residência do embaixador, que carece de água e energia elétrica desde então.