Governo dos EUA entra com ação para que a Live Nation venda a Ticketmaster
O Departamento de Justiça dos EUA e quase 30 estados processaram a Live Nation buscando forçar a empresa a vender a gigante de ingressos Ticketmaster.
Numa ação apresentada nesta quinta-feira (23) num tribunal federal de Nova York, as autoridades antitruste alegaram que a Live Nation e a Ticketmaster monopolizaram ilegalmente a indústria de eventos ao vivo, envolvendo-se numa variedade de práticas anticompetitivas. Isso inclui fechar espaços para shows em contratos exclusivos de longo prazo e retaliar rivais e locais que buscam usar alternativas.
O processo foi noticiado pela primeira vez pela Bloomberg.
A Live Nation controla mais de 265 casas de shows na América do Norte e administra a agenda de mais de 400 artistas, de acordo com o Departamento de Justiça. No geral, a Live Nation controla pelo menos 80% da venda de ingressos para shows nas principais casas de shows. O Departamento de Justiça disse que isso levou os fãs a pagar mais porque “não há outras opções”.
As casas de shows temem perder atrações e receitas se não trabalharem com a Ticketmaster, de acordo com o Departamento de Justiça.
“É bem compreendido em toda a indústria de shows ao vivo, como resultado da conduta histórica da Live Nation e exatamente como a Live Nation pretendia, que escolher outras empresas de vendas de ingressos que não a Ticketmaster gera enormes riscos e problemas financeiros”, disse o Departamento de Justiça na denúncia.
O processo é o quarto grande caso de monopolização movido pela unidade antitruste do Departamento de Justiça, junto com casos similares contra o Google, da Alphabet, e uma ação movida no início deste ano contra a Apple.
Um grupo bipartidário de estados e territórios juntou-se à queixa, incluindo Texas, Flórida, Califórnia, Nova York e Washington, DC.
A Ticketmaster, a maior empresa de venda de ingressos dos EUA, fundiu-se com a Live Nation, a maior promotora de shows, há 14 anos, após uma longa investigação antitruste. O Departamento de Justiça exigiu que a empresa resultante da fusão se comprometesse a não vincular seus serviços ou retaliar contra casas de shows que trocassem de promotores ou serviços de bilheteria.
Em 2019, o Departamento de Justiça alegou que a empresa tinha violado essa promessa e fez um novo acordo, impondo um monitor externo para garantir o cumprimento e investigar quaisquer disputas futuras.
A administração Biden abriu uma nova investigação antitruste sobre a empresa que atraiu amplo interesse público depois que a Ticketmaster teve problemas com a enorme demanda por ingressos para Taylor Swift em 2022.
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