Cuba volta a ter primeiro-ministro depois de mais de 40 anos
Cargo estava extinto desde 1976 Manuel Marrero assumirá posição
Cuba voltou a ter neste sábado (21.dez.2019) um primeiro-ministro depois de mais de 40 anos. O presidente cubano, Miguel-Díaz Canel, escolheu o ministro do Turismo, Manuel Marrero, para assumir o cargo, que foi eliminado em 1976 e que foi reativado pela Constituição aprovada em abril deste ano.
Único candidato proposto por Díaz-Canel, Marrero foi aprovado por unanimidade pelos deputados. O novo premiê supervisionará o desempenho do governo como “braço direito” do presidente.
Marrero, de 56 anos, é arquiteto de formação e era o ministro com mais tempo no governo, desde 2004, quando foi nomeado por Fidel Castro. Curiosamente, o nome do titular da pasta do Turismo não figurava entre os favoritos a ocupar o cargo, no entanto, ele foi responsável pelo setor considerado o motor da economia cubana e a segunda maior fonte de renda do país.
O novo primeiro-ministro iniciou sua carreira no governo em 1999, como vice-presidente do poderoso grupo hoteleiro Gaviota, das Forças Armadas. Um ano depois assumiu a presidência dessa entidade, cargo que ocupou até ser nomeado ministro do Turismo por Fidel.
Ao fazer a proposta do nome do candidato, Díaz-Canel exaltou “a honestidade, a capacidade de trabalho e a fidelidade” do indicado ao Partido Comunista e à revolução cubana. Destacou também a capacidade do escolhido de negociar com líderes estrangeiros. Durante seu mandato, Marrero deverá interagir com investidores europeus, os principais parceiros comerciais da ilha.
Além de Marrero, foram nomeados os vice-primeiros ministros, o comandante da Revolução, Ramiro Valdés, além de Roberto Morales, Inés María Chapman, Ricardo Cabrisas e José Luis Tapia, que eram vice-presidentes do Conselho de Ministros, além de Alejandro Gil, ministro da Economia.
O ex-presidente e atual líder da legenda partidária única da ilha, Raúl Castro, participou da sessão deste sábado do Parlamento, na qual Díaz-Canel apresentou também uma reforma ministerial, trocando 6 responsáveis por pastas estratégicas para a economia da ilha, mergulhada em graves problemas pelas crescentes sanções dos Estados Unidos e pela crise na Venezuela, seu principal aliado.
O cargo de primeiro-ministro foi extinto no país em 1976 e restabelecido pela nova Constituição. Ao contrário do posto de presidente, ele não tem uma limitação de idade ou mandatos.
O ministério do Turismo, por sua vez, será assumido por Juan Carlos García Granda, que era o número 2 da pasta.