Conselho de Segurança rejeita resoluções dos EUA e Rússia sobre conflito Israel-Hamas
Russos vetaram texto norte-americano e vice-versa, dando continuidade ao impasse da ONU perante guerra.
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou nesta quarta-feira (25) as resoluções da Rússia e dos Estados Unidos para o conflito entre Israel e Hamas.
As votações deixaram clara a discrepância de opiniões entre os cinco membros permanentes do grupo (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China).
Para ser adotada, uma resolução exige a aprovação de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho e sem veto de nenhum dos cinco membros permanentes.
Resolução dos EUA
A resolução norte-americana foi vetada pela China e pela Rússia, que criticaram a falta de um pedido por cessar-fogo no texto.
Veja abaixo como os países votaram:
- A favor: 10 (Albânia, França, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Suíça, Reino Unido, EUA)
- Contra: 3 (Rússia, China, Emirados Árabes Unidos)
- Abstenções: 2 (Brasil, Moçambique)
A resolução russa não obteve o número mínimo de votos necessários (9) para ser aprovada. O texto teria sido vetado de qualquer forma, pois os EUA, que é um membro permanente do grupo, votaram contra a proposta.
Veja como votaram os países:
- A favor: 4 (China, Gabão, Rússia, Emirados Árabes Unidos)
- Contra: 2 (Reino Unido, EUA)
- Abstenções: 9 (Albânia, Brasil, Equador, França, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça)
“Não vale a pena perder mais tempo discutindo a má-fé da resolução da Rússia. Todos vemos que a Rússia não está fazendo nada para envolver quaisquer partes relevantes ou apoiar esforços diplomáticos (inclusive por parte das Nações Unidas) para obter mais ajuda para Gaza”, afirmou o representante dos EUA após a votação da proposta russa.
Segunda tentativa de encontrar uma resolução
Na semana passada, os Estados Unidos vetaram uma resolução elaborada pelo Brasil, que havia recebido 12 votos a favor. Washington criticou a falta de menção ao “direito de Israel de se defender“.
De acordo com a AFP, a nova resolução russa volta a pedir “o estabelecimento imediato de um cessar-fogo humanitário duradouro e plenamente respeitado” e condena “toda a violência e hostilidades contra civis”.
Diferentemente do texto que recebeu votos de apenas cinco países na semana passada, a nova proposta menciona especificamente o Hamas e “condena os abomináveis ataques” do grupo em Israel, em 7 de outubro.