Compromisso ambiental de Bolsonaro é ambicioso, diz embaixador dos EUA no Brasil
Durante a Cúpula de Líderes pelo Clima nesta quinta-feira (22), o presidente se comprometeu a chegar à neutralidade de emissão de carbono até 2050
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, disse em entrevista exclusiva à CNN que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um compromisso de muita ambição durante a Cúpula de Líderes pelo Clima nesta quinta-feira (22), quando se comprometeu a chegar à neutralidade de emissão de carbono até 2050.
“É o mesmo compromisso que nós fizemos e outros países que têm esse grande interesse fizeram. Isso é bastante importante. Tem certas pessoas que duvidam se vão chegar à meta ou não. Tem que ter primeiro a grande ambição que o presidente Jair Bolsonaro mostrou”, disse Chapman.
De acordo com o embaixador, o objetivo agora é encontrar formas de ajudar o país a cumprir esta meta. Segundo ele, existem empresários do setor privado e “grandes” organizações não-governamentais que querem “colocar dinheiro” para ajudar o Brasil a alcançar essas metas.
Chapman acredita que a ajuda financeira deve começar a chegar assim que os resultados começarem a aparecer. O embaixador também ressaltou que a responsabilidade não é apenas do governo federal.
“Queremos ver resultados. Eu acho que as finanças vão fluir com muito mais frequência, em volume, quando pudermos nos próximos três ou quatro meses um resultado bastante importante no desmatamento. O dever não é somente do governo federal, mas também dos governos estaduais e do setor privado. Temos todos que trabalhar em conjunto”, afirmou.
Ausência de Biden no discurso de Bolsonaro
Questionado se a ausência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante o pronunciamento de Bolsonaro e o fato do Brasil ter sido apenas o 21.º país a discursar na Cúpula eram indicativos de indisposição e má vontade com o país, o embaixador minimizou o ocorrido.
“Acho que se isso fosse verdade, a União Europeia e a Austrália também estariam conversando conosco sobre este fato. Às vezes, o presidente precisa sair e não era previsto. Essas coisas são de protocolo e logística. Isso não tem nada a ver com todas as coisas importantes que passaram no evento de hoje”, ressaltou.