Ataque a prédio de agências de notícias em Gaza foi “legítimo”, diz Netanyahu
Objetivo foi restaurar ordem, afirma Bombardeio foi no sábado (15.mai) Escritórios da AP e da Al Jazeera
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou neste domingo (16.mai.2021) que o prédio de agências de notícias internacionais que foi destruído por um bombardeio no sábado (15.mai) era um “alvo perfeitamente legítimo“. Em entrevista à CBS, emissora norte-americana, ele defendeu o ataque realizado pelo Exército israelense em Gaza.
“[Havia] um escritório pertencente a uma organização terrorista palestina alojado naquele prédio, que planeja e organiza ataques terroristas contra civis israelenses, então é um alvo perfeitamente legítimo”, disse Netanyahu.
O edifício bombardeado era a sede israelense das agências AP (Associated Press), dos Estados Unidos, e Al Jazeera, do Catar. Esse foi o 3º prédio de empresas jornalísticas em Gaza derrubado pelo governo de Israel. Na 5ª feira (13.mai), 2 edifícios onde funcionavam redações de mais de 12 veículos locais foram destruídos por um bombardeio aéreo.
Para Netanyahu, o exército tomou precauções para que não houvesse vítimas civis. Todos os ocupantes do prédio de 12 andares foram informados 1 hora antes do bombardeio para que saíssem do local. O primeiro-ministro disse ainda que Israel estava apenas se defendendo.
“Acho que qualquer país tem que se defender e faremos o que for preciso para restaurar a ordem e a segurança de nosso povo”, disse. Netanyahu também afirmou que o Hamas se esconde atrás de civis e os usa “como escudos humanos“.
O Hamas é um grupo islâmico que comanda Gaza. Fundado em 1980, o grupo se opõe à OLP (Organização pela Libertação da Palestina). Ao contrário da OLP, o Hamas nega a existência do Estado de Israel. Israel e o Hamas entram em conflito desde 2008, com períodos de relativa tranquilidade.
A tensão aumentou na região na última semana. Os israelenses proibiram a entrada e livre circulação de palestinos em locais de Jerusalém que são sagrados tanto para o islamismo quanto para o judaísmo. Na 2ª feira (10.mai), a situação se agravou depois que a polícia israelense entrou em conflito com palestinos na mesquita de Al-Aqsa, um dos locais mais sagrados do Islã.
Desde a intensificação dos conflitos, 188 pessoas morreram em Gaza. Destes, 55 eram crianças. Em Israel, o número de mortos chegou a 10, incluindo 2 crianças. Os dados são de agências de notícias e entidades médicas que atuam na região. A ONG Crescente Vermelho, que fornece atendimento médico à população, também informa que, de 7 de maio até sábado (15.mai), atendeu 4.363 pessoas feridas em Gaza. Eis a íntegra (285 KB).