Zema afirma apoiar congelamento de salários e diz que pode ajudar outros estados
O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), afirmou, na noite desse sábado (16), que a situação do novo coronavírus no Estado está “sob controle”, com 7% dos leitos ocupados por pessoas com a Covid-19 ou em suspeita de estarem com a doença e, por isso, tem interesse em apoiar outros estados em situação pior, caso o panorama em Minas se mantenha favorável. Zema ainda declarou que concorda “totalmente” com o congelamento de salários de servidores públicos, medida proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e que as medidas de Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a pandemia “não têm feito muita diferença” em Minas.
As declarações foram dadas durante videoconferência com outros governadores brasileiros para o programa “Globonews em Debate” na TV por assinatura. “O Estado está realmente preparado para o pior e, se esse pior não acontecer, e esses próximos 10, 15 dias serão decisivos, com toda a certeza nós vamos poder disponibilizar algum recurso para os demais”, afirmou em resposta ao questionamento do jornalista Fernando Gabeira.
Os recursos que podem entrar nessa lista de apoio, segundo Zema, são 400 respiradores que estão para chegar no Estado, mas que poderão ser destinados ao Pará, “que tem uma necessidade maior”, assunto sobre o qual, segundo ele, já foi tratado, na semana passada, com o governador Helber Barbalho (MDB). Para que a cessão dos respiradores ocorra, o gestor explicou que um equipamento de função semelhante, fabricado em Minas, precisa ser aprovado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). A homologação, segundo ele, deve ocorrer nos próximos dias.
Zema ponderou, no entanto, que a situação está sob controle, mas com muitos leitos ocupados por outras enfermidades. “Eu disse que 7% dos leitos atualmente estão ocupados por portadores ou suspeitos do coronavírus. Isso não quer dizer que os outros 93% estejam disponíveis. Cerca de 50% dos leitos foram separados para a pandemia. Então, muito provavelmente, hoje a situação de leitos do Estado seria uma disponibilidade de alguma coisa em torno de 30% dos leitos. Caso essa situação perdure, com toda a certeza nós teremos o maior interesse de estarmos ajudando outros estados”, disse.
Zema aprova congelamento de salários
Questionado por Gerson Camarotti sobre o eventual veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a reajustes para determinadas categorias do funcionalismo público de estados e municípios por 18 meses, assunto defendido nessa sexta-feira (15) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, Zema afirmou que “concorda totalmente” e que esperava ainda uma redução dos salários.
“No momento em que milhões de brasileiros estão perdendo os seus empregos, estão tendo sua renda duramente afetada, o mínimo que nós temos de esperar de nós, que estamos no setor publico, é falar ‘nós vamos continuar ganhando o mesmo?’. Na minha opinião, para aqueles que ganham muito deveria até haver a redução do salário, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) já propôs alguma vez. É um momento de sacrifício de todos, principalmente daqueles que têm salários milionários. Então eu concordo totalmente com a posição do ministro Guedes”, declarou.
Estado sob controle
Zema ainda respondeu à questão de Miriam Leitão sobre as discussões em Brasília e a influência delas em Minas. Segundo ele, o Estado tem focado em resolver os problemas e evitar polêmicas.
“O que está sendo dito lá em Brasília não tem nos afetado aqui. Eu estou focado em combater o coronavírus em Minas. Se o presidente ou ministro estão falando A, B, C ou D, para nós não tem feito muita diferença. A nossa questão é combater o corona. Eu venho da iniciativa privada e nunca fui muito atido a polêmicas. Eu gosto de agir e resolver e é isso que eu acho que nós estamos conseguindo fazer em Minas Gerais”, afirmou.
Por fim, Zema afirmou que, até o momento, o combate em Minas está “acima da média” e comparou a ação ao combate a um incêndio florestal. “Posso dizer que temos, dentre todos os estados do Brasil, feito um trabalho bem acima da média. Nós fomos muito ágeis aqui em Minas. Logo no dia 22 de março todo o Estado já estava em isolamento e antes disso nós já haviamos suspendido as aulas de escolas públicas”, afirmou.
“Eu vejo que a pandemia é igual a um incêndio florestal: se você já age rapidamente e é eficaz no início, você consegue controlar esse incêndio. Não apaga, mas pelo menos controla. E aqui em Minas posso dizer que a nossa situação está sob controle. Nós tivemos até ontem (15 de maio), 150 óbitos e tivemos 4.474 casos confirmados”, disse, na entrevista ao vivo na noite desse sábado (16).
Os dados citados por Zema continuam sendo os mais recentes sobre a situação do coronavírus em Minas, neste domingo (17).