Queiroga quer abolir uso obrigatório de máscara até fim do ano; SP já se posiciona contra
- Ministro da Saúde afirma que proteção não será necessária após fim da vacinação
- Estado de São Paulo afirma que flexibilização só é possível com medidas de proteção
- Cidade do Rio de Janeiro também quer retirada das máscaras
De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o fim do uso obrigatório de máscaras no Brasil pode estar próximo. De acordo com ele, até o fim do ano a população vai “poder tirar de uma vez por todas essas máscaras”.
A revogação da obrigatoriedade será possível, segundo o ministro, quando toda a população brasileira estiver vacinada, sem dizer se outras questões serão consideradas.
“Garanto a vocês, em nome do Bolsonaro, até o final do ano toda a população brasileira estará vacinada. Até o final do ano, poremos fim ao caráter pandêmico dessa doença no Brasil e vamos poder tirar de uma vez por todas essas máscaras, e desmascarar aqueles que, mesmo que nunca tenham usados máscaras, precisam ser desmascarados”, disse Queiroga durante discurso feito na inauguração da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Paranoá, em Brasília.
Agora, a preocupação dos governos estaduais e prefeituras é com o avanço da variante Delta, que é considerada mais transmissível que outras cepas e já causa volta de restrições em países como China e Estados Unidos.
Em entrevista no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira, o coordenador do centro de contingência para a covid-19 de São Paulo, João Gabbardo, declarou que o uso de máscara ainda é indispensável para o controle da pandemia.
“Não é o momento de se falar em dispensar o uso de máscara. Pelo contrário: as orientações são a de que devemos continuar com o uso obrigatório de máscaras, com a proibição de qualquer tipo de aglomeração, com distanciamento mínimo entre as pessoas, e, dessa maneira e com a velocidade da imunização, continuaremos seguindo nesse processo de flexibilização”, disse.
Ele acrescentou que as flexibilizações permitidas hoje em São Paulo só são possíveis com o uso de máscaras e evitando aglomerações.
“Devemos continuar com a proibição de qualquer tipo de aglomeração, com distanciamento mínimo entre as pessoas, e, dessa maneira e com a velocidade da imunização, continuaremos seguindo nesse processo de flexibilização, sem termos a necessidade de darmos passos atrás”, afirmou.
Hoje, as taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no estado para pacientes com covid-19 estão em 45,47%. Já na Grande São Paulo estão um pouco abaixo: 42,79%.
“O impacto de queda em casos, internações e óbitos foi significativo, com 8,1% de queda em casos, 8% em internações e também uma queda de 5,9% no número de óbitos”, disse Gorinchteyn.
Rio de Janeiro também quer retirar máscaras
No fim de julho, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que no novo calendário municipal as medidas restritivas para conter a covid-19 acabariam em 15 de novembro, incluindo a obrigatoriedade do uso de máscara.
Além disso, haverá a abertura de estádios, boates e casas de shows para o público vacinado, além da liberação de atividades em locais fechados. A prefeitura espera que a vacinação seja suficiente para conter a disseminação da variante Delta, o que não é apoiado por infectologistas.