Procurador investigado por irregularidades é afastado do cargo

A pedido do MPF, Ângelo Goulart Villela, envolvido na operação Greenfield, também teve a remuneração mensal suspensa

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A pedido do MPF (Ministério Público Federal), o procurador da República Ângelo Goulart Villela foi judicialmente afastado das funções e teve a remuneração mensal suspensa.

Ex-integrante da força-tarefa da Operação Greenfield, ele chegou a ser preso em maio de 2017 por revelar a um advogado ligado ao Grupo J&F informações sigilosas sobre o andamento de investigações que envolviam empresas das quais Joesley Batista era sócio.

A decisão liminar é válida até o julgamento definitivo de uma ação movida pelo MPF para que Villela seja demitido.

A liminar da 4ª Vara Cível Federal de São Paulo acolheu as considerações do Conselho Superior do Ministério Público Federal, que, em maio de 2020, concluiu um procedimento disciplinar instaurado contra o procurador.

Na ocasião, o órgão reconheceu que Villela havia infringido a lei por revelar dados sigilosos e comprometer a dignidade das funções que exercia. O caso foi remetido ao MPF em São Paulo para o ajuizamento da ação cível pela perda do cargo.

Irregularidades

Segundo o MPF, Villela cometeu as infrações em pelo menos duas oportunidades ao manter contato com Willer Tomaz, advogado da empresa Eldorado Brasil Celulose, que fazia parte do Grupo J&F.

Em março de 2017, o procurador passou a Willer a gravação que fizera clandestinamente de uma reunião entre os integrantes da Operação Greenfield e o empresário Mário Celso Lopes, ex-sócio de Joesley. No mês seguinte, Villela enviou ao defensor os registros escritos de um encontro no qual outro membro da força-tarefa tratou das apurações sobre investimentos fraudulentos envolvendo o grupo empresarial.

O esquema investigado pela Operação Greenfield consistia na obtenção de ganhos por grandes empresas a partir de prejuízos causados a fundos de pensão, por meio de aportes financeiros em ativos das companhias.

Villela passou a integrar oficialmente a força-tarefa em março de 2017. O conluio com a J&F foi revelado por Joesley Batista e o executivo Francisco de Assis durante o acordo de colaboração premiada que firmaram com o MPF, entre abril e maio daquele ano.

O procurador responde também a uma ação de improbidade e a um processo criminal pelos mesmos fatos. Ele já estava afastado preventivamente das funções, mas a decisão administrativa anterior não suspendia o pagamento dos salários.

Ângelo Goulart Villela ainda não se manifestou sobre o assunto.

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Fonte r7
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