Políticos repercutem confronto entre PM e manifestantes em SP
Parlamentares de direita associaram grupo de torcedores a terrorismo, enquanto representantes da esquerda defenderam ato e criticaram a PM
Parlamentares de diferentes espectros políticos se manifestaram neste domingo (31) sobre os atos da Avenida Paulista que resultaram em confronto entre torcedores de clubes que se apresentaram como movimento “pela democracia” e “antifascimo” e a Polícia Militar de São Paulo.
Eles faziam ato na Avenida Paulista a poucas quadras de ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, em que havia também por parte dos manifestantes pedidos de intervenção militar e de fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal).
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou no Twitter que o Brasil deveria fazer o mesmo que o presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que movimentos que se classificam como “antifas” e que estão indo às ruas nos últimos dias, após a morte de George Floyd, em atos que resultaram em confrontos e vandalismo, serão classificados como “organização terrorista”.
O Brasil deveria fazer o mesmo. Aqui eles se fantasiam de torcida organizada, mas todos sabemos que querem é desordem, baderna e confronto com manifestações pacíficas. https://t.co/vIJsT2SBSp
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 31, 2020
A também deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) também classificou os torcedores como “terroristas” e disse que a Constituição proíbe que um ato seja convocado para frustrar outro previamente convocado para o mesmo local.
O Art. 5º, XVI da Constituição PROÍBE que um ato seja convocado com o objetivo de frustrar outra manifestação anteriormente convocada para o mesmo local.
Quem viola essa regra não é “manifestante”, muito menos “pró-democracia”- é TERRORISTA URBANO, nada mais.
Parabéns, @PMESP!
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) May 31, 2020
A deputada federal Major Fabiana (PSL-RJ) chamou os “antifas” de “back blocks” e disse que eles seriam financiados por partidos de esquerda.
Pra quem não tá entendendo: – ANTIFAS = Versão NEW GENERATION dos BLACK BLOCKS, bandidos. Moleques de jardim de infância finaciados por partidos de esquerda para a violência e apoiados por parlamentares que tem a Venezuela como modelo de pais. O Brasil não é pra amadores! 🤷🏼♀️
— Major Fabiana (@majorfabianadep) May 31, 2020
Representantes de partidos de esquerda, por outro lado, exaltaram as manifestações e disseram que os atos eram em defesa da democracia e contra o fascismo.
Alguns parlamentares estiveram presencialmente, caso da deputado federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Ela disse que decidiu acompanhar a manifestação, usando máscara e respeitando o distanciamento social. Depois, postou imagem de manifestante com taco de beisebol e bandeira de Brasil sendo retirada por um PM.
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também se manifetou exaltando a manifestação pela democracia e citou que foi vista uma bandeira de grupo político extremista da Ucrânia na manifestação de apoio ao governo.
A escolha é entre bandeiras neonazistas e democracia.
De que lado você está? #Somos70porcento
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) May 31, 2020
Confronto
Segundo a PM, a confusão começou quando manifestantes do grupo de torcedores jogaram pedras em direção aos policiais. A PM revidou com bombas de gás lacrimogêneo.
No Twitter, o governador João Doria afirmou que a polícia agiu para evitar confronto entre os dois grupos.