Planalto quer contenção de danos pós-prisão de Milton Ribeiro

Equipe de campanha do presidente busca formas de reagir às críticas e mensura impacto da prisão do ministro nas eleições

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A equipe de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia nesta 4ª feira (22.jun.2022) a repercussão da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro na disputa eleitoral. O grupo entrou em modo de “contenção de danos”.

Apesar de o caso fragilizar o discurso anticorrupção do governo, a avaliação de assessores é que o tema da corrupção continuará como um dos principais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista está em 1º lugar nas pesquisas de intenção de voto e é o principal adversário de Bolsonaro.

Os integrantes da equipe buscam, porém, novas formas de embalar os ataques, já que, agora, o governo Bolsonaro tem 1 ex-integrante preso.

No Partido Liberal, a área que cuida da campanha de reeleição de Bolsonaro avalia o “tamanho do estrago” com monitoramento das mídias sociais. A equipe costuma recorrer a pesquisas qualitativas e quantitativas para medir a recepção de grupos da população.

No Palácio do Planalto, Bolsonaro e aliados modulam o discurso para defender a atuação da Polícia Federal e dizem que colaboram com a investigação. Outro grupo busca criticar o juiz que prendeu o ex-ministro. Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, já deu outras decisões contra políticos de diferentes partidos.

Foi ele, por exemplo, que obrigou Bolsonaro a usar máscara em espaços públicos e estabelecimentos comerciais do Distrito Federal. A decisão acabou derrubada em 2ª Instância pelo TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).

Em entrevista à Rádio Itatiaia nesta 4ª feira, Bolsonaro disse ter afastado o ex-ministro na “hora que tinha que afastar”. Declarou que a ação da Polícia Federal não teve sua interferência e defendeu que Ribeiro “responda pelos atos dele”.

“Se tem prisão é Polícia Federal, é sinal que a Polícia Federal está agindo, que ele responda pelos atos dele. Peço a Deus que não tenha problema nenhum, mas se tem algum problema, a PF está agindo, está investigando, é um sinal que não interfiro na PF”, disse.

Aliados do presidente também buscam dar ênfase à ação da PF e enaltecer a decisão do governo de afastar Milton Ribeiro em março. Buscam minimizar a ideia de que o governo tenha tentado blindar o então ministro –apesar de na época Bolsonaro ter resistido à demissão de Ribeiro.

O governo quer ainda contornar e ofuscar as falas anteriores de Bolsonaro. Na época do afastamento de Ribeiro, o chefe do Executivo disse que o pastor deixaria o cargo “temporariamente” e que botaria a cara no fogo em defesa do ex-ministro.

PoderData

No 1º turno, Lula tem 44% das intenções de voto, de acordo com pesquisa PoderData realizada de 19 a 21 de junho. Bolsonaro pontua 34%. Em relação à rodada de 5 a 7 de junho, o petista variou 1 ponto para cima, enquanto o chefe do Executivo oscilou 1 p.p para baixo.

O cenário do 2º turno é mais favorável para Lula, que tem 52% das intenções, contra 35% do atual presidente. A distância é de 17 pontos percentuais. É a 1ª vez em 4 meses que a diferença de Lula para o chefe do Executivo cresceu fora da margem de erro de 2 pontos.

Levantamento do Poder360 indicou que as eleições deste ano podem ser decididas já no 1° turno. Das 6 últimas pesquisas eleitorais, 5 mostram a possibilidade de Lula vencer já em 2 de outubro.

Nas pesquisas Quaest e Datafolha, o petista vence fora da margem de erro já no 1º turno. Outros 3 estudos –XP/Ipespe, FSB e PoderData– indicam empate técnico entre as intenções de voto de Lula com a soma dos percentuais dos demais pré-candidatos, dentro da margem de erro. No Paraná Pesquisas, a distância é menor e haveria 2º turno.

A pesquisa PoderData entrevistou 3.000 pessoas com 16 anos ou mais em 302 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O cenário de possível vitória do ex-presidente ainda no 1º turno das eleições presidenciais deste ano deflagrou uma onda de pessimismo entre aliados do presidente Bolsonaro. A esperança alardeada no início do ano deu lugar à preocupação de levar a disputa para o 2º turno.

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Fonte poder360
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