Opinião: ‘O que esperar de Vasco, Flu, Botafogo, Santos e Corinthians?
Sei não, pessoal, mas alguns gigantes do futebol brasileiro vão sofrer novamente no ano que vem. Tenho certeza de que a lição de 2018 foi aprendida, mas a falta de dinheiro, as péssimas administrações que assolam esses clubes há anos e os elencos de medianos a fracos, acabam impossibilitando que os sonhos de títulos sejam realmente realizados. Não tenho bola de cristal, antes que alguns reclamem – se eu tivesse já havia ganho na mega-sena da virada.
Mas pelo andar da carruagem – que não é com cavalo puro sangue e, sim, uma mula meio que misturada com tartaruga –, não é para os torcedores, embora o amor e a paixão estejam sempre de mãos dadas, caírem na lábia dos técnicos e dirigentes de seus clubes.
Ficaram curiosos? Alguns até já mataram a charada, porque se viram nesse sofrimento e estão novamente olhando o espelho da próxima temporada. Quando falo de ganhar títulos, me refiro ao Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana…
Regionais – Ué, os Campeonatos Estaduais não valem mais (alguns devem estar com o ponto de interrogação na cabeça)? Sim, e muito. Sou do tempo em que essas competições geravam muitas emoções. Infelizmente, foram desvalorizadas. Por isso, não podem (e nem devem) servir de referência para o restante do ano.
Exemplos – Corinthians e Botafogo, campeões em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente, ficaram no salto por conta desses troféus, mas no fim do ano quase caíram em desgraça. Essas competições servem mesmo, hoje em dia, de laboratório.
E, assim, voltemos ao que me referia no início da coluna. Ficou claro que, logo de cara, eu estava falando, além do Timão e do Glorioso, do Fluminense, do Vasco e do Santos. Não só porque os elencos são fracos (e são mesmo), mas, também, porque estes três últimos clubes citados estão bagunçados na política. Ou melhor, a política (e os políticos) estão bagunçando.
No Vasco – Sai presidente via Justiça, entra outro, cai liminar daqui e dali, e a administração fica cada vez mais complicada. E isso reflete em campo. Assim como várias liminares foram concedidas e outras caíram, o time quase sofreu a sua quarta queda para a Série B. Ficou Alberto Valentim e nenhum jogador (e, sim, incógnita) contratado que se possa dizer: “Ah, esse é o cara e agora vai”.
No Fluminense – O caos é o mesmo nas Laranjeiras. É uma briga pelo poder, para saber quem é mais forte, isso ou aquilo. Por interesses que nunca são revelados – mas, pra mim, “é claro que é” por conta do bolso e da conta bancária –, aliado que vira opositor, oposição passa a “falar a mesma língua” que a situação. Política em clube é a mesma coisa que o Brasil e o mundo estão acostumados a ver.
O problema todo é que ficaram nessa briga o ano inteiro e o time mais uma vez passou vergonha nas competições que disputou, sem contar que a diretoria teve que correr a “sacolinha” e fazer vaquinha. Só assim conseguiu pagar salários. Ah, é bom destacar (e com uma moção de aplausos) que torcedores providenciaram cestas básicas para os funcionários, que também estavam (e estão) com as suas contas com menos zeros. Falando da primeira contratação, alguém acha mesmo que o técnico Fernando Diniz fará milagres em 2019? Só quem acredita em Papai Noel.
No Santos – O mesmo serve para Jorge Sampaoli. Pode até dar mais certo, pois o Peixe tem elenco superior a Vasco e Fluminense, além do Botafogo. Mas a bagunça nos bastidores também influencia no vestiário e campo. Ricardo Gomes chegou, mas logo pulou os muros da Vila Belmiro e saiu fora. Cuca, antes de dizer que não ficaria para 2019, já alertava. Presidente e vice não participam mais da mesma pescaria. Impeachment foi tentado e… morreu na praia de Santos.
No Botafogo – Quando pensa em contratar, esbarra no cofre vazio. Quando pensa em vender (caso de Matheus Fernandes) para fazer caixa, vem as penhoras. Aí, complica! E dá-lhe tensão. Novamente!
Quem sofre – Com tudo isso, quem se dá mal? O jogador? É ruim! O torcedor que fica na sofrência, com o coração dilacerado por conta da arrogância, prepotência e péssima administrações dos seus dirigentes, que passaram o ano enganando.
+ 3 TOQUES
Palmeiras – É de fato o grande favorito em 2019, e o time a ser batido. Não só está conseguindo segurar os campeões brasileiros – alguns vão sair, pois, de fato, chegarão propostas milionárias – como também faz boas contratações. Os arquirrivais São Paulo e Corinthians estão se movimentando para fazer frente, e podem. Melhor, tem a obrigação de montar um bom elenco para brigar de igual para igual.
Flamengo – Que a diretoria nova aprenda com a passada. Austeridade financeira? Lógico que com o clube no azul é bom demais. Só que melhor ainda são os grandes títulos, o que faltou aos que deram tchau. Apenas uma Copa do Brasil, que valeu pela raça do time. Em 2017 e 2018 os jogadores deixaram a desejar. E a torcida? Ficou só o cheirinho. É a chance de colocar em prática o discurso de campanha.
+ Rubro-Negro carioca – De que adianta ter Diego, Vitinho (não disse ainda ao que veio), Everton Ribeiro, entre outros, se tem Pará e Rodinei como opções para a (uma avenida) lateral direita. É preciso acertar nos reforços, ter um time homogêneo, semelhante ao Palmeiras. Não à toa foi campeão com sobras. Além disso, é preciso ter pulso para amarrar bem a bandeira e segurar a onda dos jogadores, que, este ano, só jogaram bola quando quiseram (e estavam com o bolso e a conta bancária cheios).
Até semana quem vem!