ONG italiana lança campanha em prol de indígenas e Amazônia
A ONG italiana Cospe, que tem sede em Florença, lançou a campanha de arrecadação de fundos "AMAzzonia"
A ONG italiana Cospe, que tem sede em Florença, lançou a campanha de arrecadação de fundos “AMAzzonia”, com o objetivo de proteger os povos indígenas da Amazônia e de realizar projetos concretos de defesa do meio ambiente.
A iniciativa prevê a “colaboração com parques e áreas protegidas italianas, representativas do patrimônio de florestas e biodiversidade”, a doação de donativos e a assinatura de um manifesto pela mudança do estilo de vida alimentar, para contribuir no combate ao desmatamento e na redução de CO2.
“A organização de visitas e passeios guiados permitirá sensibilizar para o valor e as características das nossas matas e florestas, as ameaças a que estão sujeitas, as histórias das comunidades que as habitam e que protegem e utilizam o seu patrimônio de forma responsável, favorecendo os intercâmbio com as comunidades dos territórios amazônicos vinculados ao campo”, explica a ONG.
Além disso, serão organizados jantares-eventos nos territórios com a participação de associações, empresas e redes locais, com um menu selecionado de produtos sazonais da região, e a realização de um sorteio de Natal, com prêmios selecionais por seu valor ecológico e social.
Para participar da campanha, é só acessar o site oficial, onde o projeto alerta que, “só no mês de setembro, a Amazônia perdeu, por dia, uma área equivalente a mais de 4 mil campos de futebol, mais de 1.220 quilômetros quadrados, o equivalente a toda a superfície de Roma, no pior número dos últimos 10 anos”.
“Devido aos incêndios e ao desmatamento, todo ano o planeta cede um pedaço do seu ‘pulmão verde’ para dar lugar ao cultivo da soja e da pecuária, bem como a mineração de usinas e poços para a extração de hidrocarbonetos”, explica o comunicado.
De acordo com a ONG, de janeiro a setembro, quase 9 mil quilômetros quadrados de floresta viraram fumaça, 39% a mais do que em 2020. Em alta desde 2012, o desmatamento ganhou novo impulso a partir de 2019 com a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao governo.
A campanha relata ainda que, em uma corrida desenfreada para se apoderar de terras férteis, o desmatamento e as queimadas abriram caminho para os predadores: agronegócios, mineração, empresas de energia, comércio de madeiras preciosas.
“O Brasil também esteve entre os mais de 100 países que, unidos em Glasgow pela COP26, no último dia 2 de novembro, assinaram um acordo para conter o desmatamento até 2030”, lembra a entidade.
Para o presidente da Cospe, Giorgio Menchini, “o acordo tem todo o ar de ser uma fachada de operação útil para refazer uma imagem comprometida por anos de políticas reversas”.
Por fim, a ONG ressalta que “não há paz para a Amazônia”, tendo em vista que “a extração ilegal de madeira continua impunemente” e o “início da pandemia não retardou esse processo, na verdade, parece tê-lo estimulado”.
Segundo a Cospe, os povos indígenas da Amazônia precisam de ajuda e de toda solidariedade, principalmente porque “é o mesmo sistema que ameaça a sua e a nossa vida, o deles e o nosso futuro, a floresta deles e a nossa”. “Há toda uma floresta a ser protegida junto com os sonhos de quem lá vive”, conclui.