Guardião das Águas: produtores preservam 95% das nascentes de Mato Grosso
Agricultores do estado dão bom exemplo e mostram que é possível ter uma produção pujante sem prejudicar o meio ambiente
O projeto Guardião das Águas, iniciativa da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e do Instituto Ação Verde, mapeou as nascentes do estado. Em 26 municípios, 95% das fontes estão dentro de propriedades rurais e totalmente preservadas. O objetivo é orientar o produtor rural na manutenção, preservação e restauro dos nascedouros.
“A gente incentiva que o produtor compre muda de árvores nativas e faça com que aconteça mais rápido essa regeneração e essa recuperação nas Áreas de Preservação Permanentes (APPs). Serve de exemplo para qualquer país no mundo”, destaca o presidente da Aprosoja-MT, Antônio Galvan.
“Existem municípios em que 99% das nascentes são preservadas, estão de bom a ótimo em grau de conservação. Quando a gente fala que somos produtores guardiões das águas, é porque realmente somos. Para combater ideologia com números”, pontua o coordenador da Comissão de Sustentabilidade da Aprosoja-MT, Fernando Ferri.
Exemplos
Equilibrar a conversação do meio ambiente e a produção agrícola foi um compromisso assumido por agricultores mato-grossenses, como o Gilberto Eberhardt. Os resultados do trabalho da porteira para dentro são exibidos com muito orgulho por ele. “Aqui, encontramos inúmeras espécies de animais e aves. Também adoto na propriedade o uso de biológico, diminuindo a quantidade de defensivos para produzir alimentos”, conta.
O produtor rural Carlos Sfreddo também é um colaborador do meio ambiente. Na propriedade, em Diamantino (MT), 60% da área é cultivada no sistema integrado lavoura-pecuária. O restante é reserva, onda há a nascente de uma cachoeira que o produtor cuida com muito zelo. “Isso nos diz que é possível produzir alimentos com sustentabilidade e com respeito ao meio ambiente”, afirma.
Paranatinga é o município com maior número de nascentes identificadas no estado: mais de 12.700. Praticamente todas estão conservadas pela agricultura. Na propriedade de Robson Weber, existem três, e ele faz questão de beber da água para mostrar que ela é pura. “O agronegócio preserva, sabe do valor que a água tem. Porque a água é vida, a vegetação é vida. Para as gerações que vem pela frente, temos que preservar, porque sem água nada existe”, diz.
Os dois maiores rios do município nascem dentro da fazenda de Angelo Rogério Kochan, um paraíso que ele faz questão de mostrar. “Tem um custo alto, mas vale a pena. Tem que ser assim. Para que mexer no que é bonito? Isso aí Deus deixou para nós, então temos que cuidar”, finaliza.