Globo ataca petroleiros e defende política de preços da Petrobrás
Jornal da família Marinho aponta que os petroleiros não têm o direito de lutar por uma nova política de preços da estatal e diz que empresa está sendo recuperada
O jornal O Globo, que defendeu a nova política de preços da Petrobrás, a abertura do pré-sal e o fim da política de conteúdo nacional no petróleo, hoje ataca, em seu principal editorial, a geve dos petroleiros. “A greve foi deflagrada em reação ao programa de concentração de investimentos da Petrobras na prospecção e produção de petróleo, com venda de refinarias. O plano prevê também o fechamento de unidades deficitárias, como é o caso da fábrica de ureia do Paraná, com cerca de mil empregados e perdas de R$ 1 milhão a cada 24 horas”, lembra o texto.
“O impasse persiste, não propriamente devido a um conflito trabalhista convencional, o que seria natural, mas porque os sindicalistas proclamam o desejo de assumir o comando das unidades estatais de refino de petróleo ‘para aumentar a produção e reduzir os preços dos derivados de petróleo’, como afirmaram em comunicado divulgado na quinta-feira. A FUP diz promover uma greve “a favor do Brasil”. E traduz: ‘Para que a Petrobras cumpra o papel social para o qual foi criada — garantir o abastecimento de norte a sul do país, com preços justos para toda a população’, pontua ainda o jornal, que não vê legitimidade na ação dos petroleiros.
“Conflitos trabalhistas fazem parte da paisagem de qualquer democracia. A FUP tem todo o direito de atuar numa situação de eventual ameaça aos empregos dos seus associados. Corrói sua legitimidade, no entanto, ao usar a greve acenando com a possibilidade de desabastecimento de derivados de petróleo”, diz o jornal, que vê recuperação na Petrobrás.