Fiuza: CPI da Covid-19 nasce de olhos fechados para corrupção a nível estadual
Denúncias feitas pela Procuradoria-geral da República contra membros do governo do Amazonas foram debatidas no programa ‘Os Pingos Nos Is
A Procuradoria-geral da República (PGR) denunciou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta segunda-feira, 26, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), o vice-governador, Carlos Almeida, o secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Flávio Antony Filho, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias e outras 14 pessoas entre servidores públicos e empresários. Todos eles são enquadrados em crimes cometidos na aquisição de respiradores para pacientes de Covid-19. A investigação que resultou nas denúncias começou ainda em 2020 após notícia de que 28 aparelhos respiratórios tinham sido comprados em uma loja de vinhos. Até o momento, três fases diferentes de medidas de busca e apreensão foram autorizadas pelo ministro Francisco Falcão, relator do inquérito no STJ.
Quem assina a decisão é a subprocuradora Lindôra Araújo, que é vista com maus olhos por alguns governadores, principalmente após enviar ofícios a todos os chefes de Estado do país com questões sobre gastos na pandemia. Segundo a denúncia dela, sob o comando de Lima, instalou-se na estrutura burocrática do governo do Amazonas uma verdadeira organização criminosa, que tinha como propósito a prática de crimes contra a administração pública, especialmente a partir do direcionamento da contratação de insumos para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, sendo certo que, em pelo menos uma aquisição, o intento se concretizou. O Estado do Amazonas protagonizou no mês de janeiro algumas das piores cenas de calamidade pública do Brasil, com o registro de pacientes com o novo coronavírus mortos por falta de oxigênio e leitos de UTI.
Para o comentarista do programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, Guilherme Fiuza, o bordão de “salvar vidas” é um falso chamado usado por governadores que hoje têm a polícia nos calcanhares. Além disso, segundo ele,a tentativa de “dinamitar” o governo federal diante de uma das mais graves crises da história ocorreria em qualquer presidência, apenas como uma forma de fazer política eleitoral para o ano de 2022. “Essa CPI absolutamente enviesada desde o seu nascedouro, inoportuna, nasceu com os olhos fechados para este tipo de delito que está aí”, afirmou, se referindo às denúncias feitas nesta segunda-feira na região do Amazonas. O comentarista pontuou, ainda, que o Ministério Público se omitiu gravemente durante a pandemia diante de “sucessivos atentados” cometidos por governadores contra as liberdades individuais da população e pontuou que a procuradora Lindôra Araújo dá exemplo na condução de um bom trabalho.