Famosos se emocionam em velório do corpo de Zé Celso Martinez

-- Publicidade --

-- Publicidade --

Famosos e familiares compareceram no velório do corpo do diretor e dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, que morreu, nesta quinta-feira, 6 de julho. A despedida fúnebre acontece no Teatro Oficina, em São Paulo.

Alunos e parte do elenco do Teatro Oficina homenagearam Zé Celso com músicas, danças e coroas de flores.

Zé Celso morreu após ser internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com queimaduras em 53% do corpo, causadas por um incêndio em seu apartamento no bairro do Paraíso, Zona Sul da capital paulista.

Amigos e familiares no velório do corpo de Zé Celso – Foto (Leo Franco/AgNews)

Além de Celso, outras três pessoas estavam no apartamento: Marcelo Drummond, marido de Zé Celso, Ricardo Bittencourt e Victor Rosa, além do cachorro, Nagô.

Os três artistas inalaram apenas fumaça e foram socorridos pelos bombeiros, encaminhados para uma UPA e estão em estáveis. O cão, Nagô, já foi liberado de sua internação em uma clínica veterinária. Somente Zé Celso estava em estado gravíssimo.

Zé Celso e Marcelo Drummond se casaram recentemente, no dia 06 de junho de 2023, após 37 anos de união.

Marcelo Drummond emocionado – Foto ( Eduardo Martins / Agnews)

A morte de Zé Celso foi confirmada pela página do Instagram do Teatro Oficina: “‘Tudo é tempo e contra-tempo! E o tempo é eterno. Eu sou uma forma vitoriosa do tempo.’ Nossa fênix acaba de partir pra morada do sol. Amor de muito. Amor sempre.”

Otto e Leopoldo Pacheco no velorio do corpo de Zé Celso – Foto (Leo Franco/AgNews)

ENTREVISTA EMOCIONADA

Em conversa com jornalistas, publicada por Juliano Dip, jornalista da Band, em seu perfil oficial no Instagram, o marido de Zé Celso se pronunciou pela primeira vez em relação ao falecimento do marido, além de contar como foram os últimos momentos juntos.

Marcelo Drummond iniciou: “Vamos tocar em frente, mas lembrando que o Zé é Vida. Ele ensinou isso para gente, que tem que ter vida o tempo inteiro, força para segurar a vida. Então, não é para cair em um drama, é viver a tragédia e seguir em frente”.

“Nos últimos dias, eu estava no Rio até domingo, e voltei porque estávamos com problemas aqui no Teatro, com pessoas achando que umas queriam o mal da outra, então fizemos uma assembleia e tiramos tudo a limpo. Estávamos prontos para recomeçar”, contou ele.

“Naquele dia, acordei com um estrondo, e abri a porta do meu quarto, e estava tudo escuro. Não sabia se era madrugada ainda, mas era a fumaça, aí fui para cozinha ver se era uma panela ligada e esquecido no fogão, mas não era. Quando sai, ouvi o Vitor Rosa, que mora ali do lado da gente, chamando, e quando entrei, ele estava puxando o Zé, que estava com a mobilidade difícil, além de ver o fogo atrás”, revelou.

“Deitamos o Zé no chão, e eu não aguentei e desmaiei, até que alguém me acordou. Fui para o hall de entrada e pedi que me trouxessem os dois, e o Zé estava mandando abrir a janela, e quando avisei que estava aberta, ele colocou a perna em mim como se tivéssemos transado. Os bombeiros o levaram e foi esse nosso último encontro”, concluiu Marcelo, marido de Zé Celso.

TRAJETÓRIA

José Celso Martinez Corrêa foi um dos nomes mais importantes do teatro e de suas mudanças. Fundou e dirigiu o Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, em São Paulo, reconhecido pelo jornal britânico The Gardian como “o teatro mais bonito e imenso do mundo”. O local foi tombado como patrimônio cultural no ano de 1982.

Ele nasceu na cidade de Araraquara, interior de São Paulo. O Teatro Oficina, primeiramente, era formado por estudantes de Direito do Largo São Francisco. Ali ele teve seus primeiros textos encenados: “Vento Forte para Papagaio Subir” (1958) e “A Incubadeira” (1959).

Zé Celso se profissionalizou junto com o Oficina, no começo da década de 1960. Neste mesmo tempo, a sede do grupo se transferiu para o teatro da Rua Jaceguai. “Pequenos Burgueses” (1963, de de Máximo Gorki, foi dirigido por ele no local. A peça foi sucesso ímpae e trouxe ao dramaturgo vários prêmios.

O Oficina rompeu com a forma passiva e convencional como o teatro era apresentado, fazendo a plateia ser inteirada ao espetáculo e à criação de cenas.

Um incêndio tomou conta do Oficina e, em 1967, na nova fase da casa, foi encenado “O Rei da Vela”, baseado no texto de Oswald de Andrade do ano de 1930. Neste tempo, foram reformuladas a postura estética das esquerdas, propondo uma montagem paródica e violenta, retomando gêneros nacionais como a revista musical, a comédia de costumes e os musicais da Atlântida.

Formou-se então o teatro antropofágico, um dos pilares do movimento tropicalista, com a batuta de Zé Celso, que em 1974 enfrentou a repressão, a crise e foi preso, tornando-se um exilado em Portugal, onde fez o longa “O Parto”, por conta da Revolução dos Cravos. No ano seguinte, em Moçambique, filmou toda a fase de independência do país.

Seu retorno a São Paulo aconteceu no ano de 1978 e retomou o trabalho à frente do Oficina, que agora tem o nome de UzynaUzona.

Banner825x120 Rodapé Matérias
Fonte ofuxico
você pode gostar também