Faltam ações concretas do governo para lidar com crise hídrica, diz especialista

Para Roberto Kishinami, pronunciamento do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, feito nesta segunda (28), "deixou todo mundo no escuro"

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Em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira (28), Roberto Kishinami, especialista em energia e coordenador do Instituto Clima e Sociedade, disse que o Brasil está indo em direção a um quadro muito grave em relação à crise hídrica. Para o especialista, a fala do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na noite desta segunda, em rede nacional, deixou todo mundo no escuro. “Além de dizer as pessoas têm que fazer uso consciente de água e energia, ele não colocou concretamente nada. Parece have uma medo patológico da palavra racionamento”, avaliou Roberto.

Para o especialista, o racionamento é uma medida que se pode planejar e implementar em diferentes graus de profundidade. “Mas não estamos fazendo isso. Na verdade, até agora, não temos visto nada de concreto para fazer o enfrentamento.”

Roberto destacou que a crise hídrica não se encerra tão cedo, e deve se alongar até 2022. Além disso, o especialista diz que o acionamento das termelétricas vai sair caro e manter alto o custo da energia. “Acho difícil um reajuste da bandeira vermelha abaixo de 50% ou 60%. O custo dessas térmicas tem que ser pago por meio das nossas contas. Mas para não mexer nas tarifas, que têm data, tem que fazer um caixa para pagar essas termelétricas. A Aneel não tem muita margem para esse valor”, explicou.

Roberto Kishinami comentou também sobre a MP editada nesta segunda-feira, que, segundo ele, tem problemas. Começando pelo comitê criado para gerenciar a crise, que, para o especialista, deveria ter incluído a Agência Nacional de Águas (ANA). “Embora a Agência esteja vinculada ao

Ministério do Meio Ambiente, ela tem governança própria e determina medidas que vão para na ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico].” O especialista em energia aponta ainda que o Comitê está localizado no ministério errado (MME), quando “deveria estar em um órgão de regulação, como uma Casa Civil”.

Outro ponto ressaltado por Roberto foi a condução da crise. Segundo ele, “certamente o enfrentamento da crise está sendo feito de uma maneira muito politizada”. Além disso, ele diz que a condução feita pelo governo “parece deliberadamente incompetente.”

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Fonte cnnbrasil
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