Conselho de Ética do Rio aprova cassação Gabriel Monteiro
Vereador é acusado de estupro e assédio; caso será votado no plenário da Câmara na 3ª feira
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou por unanimidade nesta 5ª feira (11.ago.2022) o relatório que pede a cassação do vereador Gabriel Monteiro (PL). O político carioca, que também é PM (Policial Militar), é acusado de crimes como estupro, assédio e produção de ponografia infantil.
Em uma coletiva de imprensa, o presidente do Conselho, Alexandre Isquierdo (DEM), disse que o processo será pauta da sessão legislativa da próxima 3ª feira (16.ago), são necessários 34 votos para a cassação de Gabriel Monteiro.
O relatório foi redigido pelo vereador Chico Alencar (Psol) e considera acusações feitas pelo programa Fantástico, da Rede Globo. Eis a íntegra (2 MB).
Segundo o documento, Gabriel Monteiro teria cometido quebra de decoro parlamentar ao cometer as seguintes infrações:
filmagem de vídeo íntimo com menor de idade;
exploração da imagem de crianças vulneráveis a fim de “enriquecimento e promoção pessoal”;
exposição abusiva e violência contra pessoa em situação de rua;
assédio sexual e moral contra funcionários;
perseguição de vereadores com intuito de “retaliação ou promoção pessoal”;
utilização de sua equipe de esfera pública para favorecimento de empresa privada;
denúncias de estupro por 4 mulheres.
Em um vídeo publicado em seu canal do YouTube nesta 5ª feira, o PM disse ser vítima da “máfia do repórter” e que tem sido “massacrado pela Rede Globo, Jornal Nacional, Fantástico. Todos os quadros de jornalismo”.
Na sessão plenária desta 5ª feira, Gabriel Monteiro disse que os acusadores dos crimes foram ameaçados e retiraram as alegações pouco tempo depois.
O vereador também direcionou sua fala a Chico Alencar: “O senhor me acusou tantas vezes de assédio, mas foi comprovado que eu não tive nenhuma conduta moral”. Monteiro disse que Alencar feriu os direitos humanos.
Sobre os abusos sexuais, o PM defendeu-se dizendo que 3 testemunhas depuseram em desfavor ao Conselho de Ética. “Não teve uma prova contra mim”. Além disso, o vereador disse que acusações de estrupo são infundadas, pois as denúncias foram feitas em anonimato.
Monteiro também negou ter usado a imagem de crianças e pessoas em situação de rua para se promover. Disse que apenas ajudou e que a família da criança inclusive é próxima a ele.
O Poder360 entrou em contato com a equipe do vereador, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.