Brasil registrou abertura de mais de 5 mil startups nos últimos 10 anos, mostra estudo
Dentre os 16 segmentos econômicos mapeados, o que mais soma startups é o de tecnologia da informação, com 3.600 empresas abertas
Mais de 5 mil startups foram abertas nos últimos 10 anos do Brasil, segundo o levantamento da Cortex, empresa especializada em inteligência de vendas B2B na América Latina. Porém, em 2022 esse número foi 44% menor na comparação com 2021, e o país registrou o menor número de novas empresas abertas, apenas 103. O Brasil atualmente conta com mais de 11 mil startups, sendo metade delas abertas nos últimos 10 anos. Em relação ao porte das startups, metade são microempresas que possuem faturamento anual de até R$ 360 mil, e 11% são grandes, com renda a partir de R$ 300 milhões. Dentre os 16 segmentos econômicos mapeados, o que mais soma startups é o de tecnologia da informação, com 3.600 empresas abertas. Leonardo Rangel, cofundador da Cortex, explica que as empresas têm a possibilidade de se tornarem muito maiores em pouco tempo. “É um tipo de empresa que você forma, já toda a engenharia da coisa, quando eu digo engenharia, é a mecânica da empresa que você está criando, você está criando ela para você poder escalar muito rápido e você ser muito grande num curto espaço de tempo. Então, por exemplo, uma startup raramente vai ser uma empresa de serviços, que precisa alocar muitas pessoas para servir os clientes. Normalmente uma startup vai ser uma empresa de produto, ou seja, de tecnologia, algo que você consiga servir muitos clientes, se aquilo der certo, de uma forma muito rápida”, diz Rangel.
Antigamente, as pessoas que se formavam nas melhores universidades brasileiras procuravam construir uma carreira ao longo dos anos. Hoje, essa realidade mudou completamente, já que as pessoas mais bem formadas e com maior potencial de carreira procuram ou trabalhar numa empresa de tecnologia ou criar a sua própria startup. Amanda Lombardi, formada em marketing pela ESPM, passou por uma multinacional, depois foi para uma startup, até fundar a sua própria startup, que hoje tem 10 funcionários. ”Fui buscar bilhões de cursos de gestão financeira, busquei também essa parte de especialização em pós-graduação, desenvolvimento de produtos alimentícios e fui me jogando no mundo. Fui para Nova Iorque estudar também e meio que foi me direcionando, sabe? Eu acho que eu nunca planejei empreender, eu sempre me encantei com o mundo de empreendedorismo, mas acho que a minha vida acabou indo num fluxo”, afirmou Amanda, que conta que o grande desafio que enfrenta como empreendedora é ter uma escala pequena e ter que comprar os insumos a preços triplicados. O estudo Inovação em Movimento, um mapa sobre as startups no Brasil em 2023, é realizado anualmente e para esse relatório foram analisados dados a partir do ano 2000, como informações sobre a abertura, porte da empresa, faturamento, atividade econômica e número de colaboradores.