Bolsonaro volta a falar sobre fraude nas eleições e diz ter provas
Presidente também citou documentos sobre mortes por covid que foram negados pelo TCU e defendeu cloroquina
O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar nesta quarta-feira (9) que houve fraude nas eleições de 2018, que foi eleito no primeiro turno, mas que o sistema eleitoral o jogou para o segundo turno e que tem provas materiais, mas não disse quais são. A afirmação foi feita durante culto evangélico na cidade de Anápolis (GO).
“Fui eleito no primeiro turno, tenho provas materiais, mas o sistema me jogou para o segundo turno, fraude que existiu sim. Acabei ganhando porque tive muitos votos. Você pega o sistema com muitos problemas, como máquina emprerrada”, afirmou Bolsonaro, que estava acompanhando dos ministros da Eduação, Milton Ribeiro, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além do deputado federal Major Vítor Hugo (PSL/GO).
Nesta quarta-feira, em audiência na comissão geral da Câmara dos Deputados para debate sobre reforma eleitoral e voto impresso, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu as urnas eletrônicas e afirmou que a ideia de se implantar um modelo híbrido na apuração, a partir das eleições de 2022, trata-se de um “retrocesso”.
Bolsonaro nunca apresentou qualquer tipo de evidências sobre suposta fraude, mesmo tendo sido instado por ministros do TSE.
O presidente tem defendido a adoção do voto eletrônico com a impressão de cédula para as eleições de 2022, da qual deverá concorrer à reeleição, a fim de evitar fraudes. Especialistas, entretanto, dizem não ser necessário diante da confiabilidade da do sistema de votação brasileiro, que adota urnas eletrônicas há mais de 20 anos.
Cloroquina
Durante o evento religioso, o presidente deu um “testemunho” sobre sua jornada a presidente, falando do milagre de ter sobrevido à facada em Juiz de Fora, na campanha de 2018. Ele voltou a defender a cloroquinta, que não tem comprovação científica no combate à covid-19. “Eu pergunto: a vacina tem comprovação científica ou está em estado experimental?” Também voltou a citar a origem do vírus. “Eu não tenho provas: esse vírus nasceu de um animal, ou de laboratório?”
Bolsonaro falou do documento sobre mortes de covid que foi desmentido pelo TCU (Tribunal de Contas da União), e que acabou com o afastamento do auditor responsável nesta quarta-feira.
“Há dois dias, tive acesso a dois acórdãos do TCU, que se baseavam em Medida Provisória minha, que depois foi transformada em lei. Um dos parágrafos dizia o TCU que a metodologia para enviar recurso a estados, levando-se em conta a incidência por covid, poderia suscitar a prática não desejável de um superdimensionamento da quantidade de pessoas infectadas”, disse o presidente.
“Nosso país terá o menor número de mortes por milhão de habitantes por causa da covid. Que milagre é esse, o tratamento precoce”, afirmou.