Bolsonaro decreta luto oficial pela morte de Olavo de Carvalho
Apontado como guru do presidente e de seus apoiadores, escritor morreu nesta segunda (24); filha diz que Covid-19 foi a causa
O presidente da República, Jair Bolsonaro, decretou luto oficial de um dia pelo falecimento do escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru ideológico do mandatário e de seus apoiadores. A decisão foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) desta terça-feira (25).
“É declarado luto oficial em todo o país, por um dia, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento do professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho”, diz o decreto. Ex-ministros do atual governo, como Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), além de um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), foram alunos de Carvalho.
Mais cedo, o governo brasileiro emitiu uma nota de pesar pela morte de Olavo, segundo a qual o escritor foi um “intransigente defensor da liberdade e escritor prolífico”. O comunicado ressaltou que “o professor Olavo sempre defendeu que a liberdade deve ser vivida no íntimo da consciência individual e na inegociável honestidade do ser para consigo mesmo. […] Olavo de Carvalho oxigenou o debate público brasileiro”.
O presidente Bolsonaro também lamentou a morte do escritor. “Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre”, escreveu. Olavo de Carvalho morreu nesta segunda-feira (24), aos 74 anos. A informação foi divulgada pela família pelas redes sociais, mas sem deixar claro qual teria sido a causa da morte. Heloísa de Carvalho, filha do escritor, disse que o pai morreu vítima da Covid-19. Ele havia sido diagnosticado com a doença no dia 16 de janeiro. Carvalho propagava visões negacionistas sobre a pandemia e as vacinas, e chamava o vírus de “mocorongavírus”.
Recentemente, o guru ideológico do presidente e de seus apoiadores vinha criticando o mandatário. No fim do ano passado, ele negou ser guru do presidente. “Conversei com o Bolsonaro quatro vezes na minha vida, e duvido que ele tenha lido o meu livro inteiro”, afirmou. Na ocasião, durante uma palestra, Carvalho disse que a reeleição do mandatário era uma “guerra perdida”.