Apoiadores de Bolsonaro fazem carreata contra governadores
Em Brasília, manifestantes repetiram críticas a ministros do STF; em cartaz, pediam 'intervenção militar', o que é inconstitucional
Centenas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro realizam carreata na Esplanada dos Ministérios com cobranças aos governadores que têm determinado medidas mais duras de isolamento social em meio ao recrudescimento da pandemia de covid-19 no País. Os manifestantes também repetem críticas a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e inclusive há cartaz pedindo “Intervenção Militar”, o que é inconstitucional.
Desde a semana passada, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, impôs um lockdown na capital federal, na tentativa de reduzir o crescimento do volume de contágios e óbitos por covid-19. A carreata bolsonarista se concentrou no Museu Nacional às 10h e partiu em direção ao Congresso Nacional.
A Polícia Militar do DF impediu que um carro de som estacionasse em frente ao Parlamento, para evitar aglomerações. Embora algumas poucas pessoas estivessem sem máscaras, os organizadores do movimento por diversas vezes orientaram os manifestantes a usarem o equipamento de proteção.
Recém-empossada como presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) compartilhou em suas redes sociais um vídeo da carreata feito por terceiros.
A presidente da Comissão do Meio Ambiente, deputada Carla Zambelli (PSL-SP), convocou manifestantes para carreatas nas capitais, com destaque para São Paulo, onde o movimento está previsto para sair do Parque do Ibirapuera em direção à Avenida Paulista.
Já o deputado Éder Mauro (PSD-PA) participa de manifestação em Belém, onde foi fotografado sem máscara em meio a uma aglomeração de pessoas. No Rio, um grupo de manifestantes aproveita as vias fechadas da avenida Atlântica, na praia de Copacabana, para mostrar seu apoio ao presidente desfilando a pé.
Na última sexta-feira, Bolsonaro voltou a atacar governadores que estão adotando medidas mais severas de restrição na circulação de pessoas em seus territórios visando debelar a pandemia de covid-19. O chefe do Executivo nacional insistiu que as medidas significam retirada da liberdade.
“O que mais a gente tem de sagrado é a nossa liberdade. O pessoal não está dando bola… Parte da imprensa deturpou quando eu falei como é fácil impor uma ditadura no Brasil. E isso foi no ano passado que eu falei, naquela sessão que vazou lá… Pessoal vai devagar, devagar, tirando seus meios, tirando suas esperanças, tirando teu ganha pão, você passa a ser obrigado a ser sustentado pelo Estado”, afirmou o presidente.
Ao se referir ao toque de recolher no Distrito Federal das 22h às 5h, que começou no mesmo dia (12) em uma tentativa de conter a expansão do novo coronavírus, o presidente reafirmou que a medida se trata de um estado de sítio. O Distrito Federal está à beira de um colapso em seus hospitais.
Conforme o Ministério da Saúde, de sexta-feira para sábado (13), foram registrados no país 76.178 casos de covid-19 e 1.997 mortes. Desde o início da pandemia, o Brasil contabiliza 11.439.558 confirmações pela doença, com 277.102 óbitos.