Uma vistoria realizada pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) no Hospital Geral de Palmas (HGP) encontrou várias irregularidades dentro da unidade nesta terça-feira (15). No local, vários pacientes foram vistos em corredores. Durante a ação também foi constatada falta de leitos, de macas, materiais e medicamentos.
A vistoria foi realizada nas alas de ortopedia e neurologia após uma sequência de denúncias sobre desassistência no maior hospital público do Tocantins. Na última semana os pacientes não conseguiam fazer exames de tomografia porque a máquina estava quebrada. Segundo o MPTO, a situação compromete a realização de cirurgias.
Nesta terça o MP informou que no hospital também faltam profissionais, como enfermeiros e técnicos de enfermagem. Segundo o órgão, será instaurado um procedimento para que providencias necessárias sejam tomadas.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a unidade recebe pacientes de todo o estado e que são pontuais os casos de falta de medicamentos e insumos na unidade. Afirmou ainda que o local está passando por reformas e ampliações, o que está gera transtornos. A pasta disse que “lamenta e pede a compreensão da população, visto que alguns atendimentos estão sendo feitos em outros ambientes por um curto período”. Leia a nota na íntegra no fim da reportagem
Desde que uma reforma começou nas salas vermelha e amarela e outros setores da unidade na unidade, vários pacientes foram vistos com atendimento improvisado. Na última sexta-feira (11) uma pessoa foi medicada no chão do pronto-socorro do HGP. Para evitar o contato direto com o chão alguns pacientes usaram papelões e lençóis para deitar.
A situação precária em que alguns pacientes são mantidos no Hospital Geral de Palmas vem se repetindo há algumas semanas. Sem maca, algumas pessoas vêm recebendo medicação sentadas em cadeiras e outras deitam no chão para não ficar horas em pé. Um vídeo mostra que um idoso, que recebia medicação, precisou deitar ao lado de uma lixeira.
Neste período uma idosa recebeu transfusão de sangue no corredor do HGP e detentos ficaram internados junto com outros pacientes. Também teve o caso de uma idosa de 85 anos ficou deitada em banco em um banco por mais de 20 horas.
O que diz a Secretaria Estadual de Saúde
Sobre a vistoria de membros do Ministério Público Estadual ao Hospital Geral de Palmas (HGP), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclarece que:
A Unidade hospitalar é porta aberta, ou seja, recebe pacientes encaminhados e de livre demanda, para atendimentos de urgências e emergências, principalmente traumatismos de todo o Estado, e está operando com alta demanda.
As faltas de medicamentos e insumos na Unidade são pontuais e devido às dificuldades de compra durante a pandemia do novo Coronavírus, que tornou os produtos hospitalares escassos mundialmente.
A Unidade está passando por reformas e ampliações, o que está gerando alguns transtornos enquanto os espaços estão sendo liberados. A SES lamenta e pede a compreensão da população, visto que alguns atendimentos estão sendo feitos em outros ambientes por um curto período.
A SES ressalta que devido à pandemia aumentou a oferta de profissionais na Unidade , mas a rotatividade também aumentou. A pasta mantém processos de contratações de profissionais abertos no intuito de suprir a emergente necessidade.