Membro do CFM, Rivello afirma que sem testes é impossível saber projeção da Covid-19 no Tocantins
O membro tocantinense do Conselho Federal de Medicina (CFM), Estevam Rivello, voltou a demonstrar preocupação com o cenário da Covid-19 no Estado, principalmente com a baixa capacidade de testagem do Laboratório Central (Lacen), que desde o dia 12 prioriza diagnósticos em pacientes hospitalizados e óbitos por causa da dificuldade na aquisição dos insumos necessário.
Sem testes não há projeção
A maior preocupação de Estevam Rivello com a baixa possibilidade de diagnósticos é o impacto disto na avaliação da pandemia. “Quando o Estado passa a não testar, não aceitar que os testes sejam encaminhados para a Fiocruz, não possibilita que os profissionais de saúde saibam como estão os dados epidemiológicos da região. Assim, a gente não sabe qual a projeção desta doença, se está em queda ou em ascensão. Perde a contabilização real de como está o cenário hoje no Tocantins”, conta.
TO pode chegar a uma taxa de 100 mortes por Covid-19 por mês
Estevam Rivello afirma que o Tocantins não está em um momento favorável para não se ter mais testes. O conselheiro destaca que o Estado pode chegar a registrar 100 óbitos por mês em junho após registrar o 1º óbito por Covid-19 no dia 14 de abril. “O que é muito grande se comparado com todas as outras doenças existentes no mundo. Contamina demais e mata demais”, diz o médico.
Debates sobre pandemia sem a presença de médicos
Aliado à falta de dados sobre a doença devido ao baixo número de testes, Rivello volta a questionar a falta de especialistas nas discussões governamentais. “Tivemos que observar a compra de 514 camas ao preço de R$ 22,6 mil, máscaras ao valor de R$ 35,00 cada, e não estamos observando, até a presente data, em nenhuma reunião, a presença de uma entidade médica, seja a associação, o Sindicato dos Médicos, o Conselho Regional de Medicina, o Conselho Federal”, critica, citando também gastos com saúde questionados por órgãos de controle.
Valorização
Rivello ainda aproveita para cobrar a valorização dos profissionais da saúde neste momento de pandemia. “O único que fez diferente foi o prefeito de Araguaína que deu uma bonificação. O Estado sinalizou para bonificar, mas apenas àqueles que estão atendendo em ambiente com Covid-19”, questiona o médico, defendendo um abono a toda a categoria por entender que no momento a doença já está “em todos os ambientes do hospital”, cobra.